domingo, setembro 27, 2009

Peço um Voto Contra a AK 47 ou a Kalashnikov



Arma que torna nossa bandeira a única no Mundo






A Kalashnikov, arma automática vulgarmente conhecida por AK 47 ou AKM, em russo Avtomat Kalashnikova com referência 47 dando indicação do ano do seu fabrico 1947, é uma das armas que mais matou no mundo e com certeza a que mais mata na actualidade.

Foi criada por Mikhail Kalashnikov, jovem, na altura com somente 28 anos de idade, e produzida na União Soviética, entretanto, o Israel e o Irão são hoje os seus maiores produtores. Os entendidos na matéria dizem que ela é uma arma de assalto e uma das armas de fogo mais baratas e muito fácil de encontrar a venda.

Esta arma é amada porque é fácil de usar, é barata e pode ser encontrada a venda em qualquer lugar. Mais do que isso, ela é uma arma bastante resistente e pode ser utilizada sem necessidade de cuidados espaciais relativamente a chuvas, água, arreia, lama entre outros.

Pesando em média 4 kg, a AKM é muito usada pelos rebeldes, terroristas e bandidos, dada a facilidade de aquisição, manuseio e limpeza. Esta arma tem um raio de acção útil acima de 1,5Km, embora com alcance eficaz de 600m e pode disparar cerca de 600 tiros por minuto. Esta, é uma arma devidamente reconhecida inclusive pelo Guiness Book, o livro dos recordes, que a qualifica superior em termos de uso, a sua rival americana M16.

Hoje com cerca de 62 anos, a AK-47 tem muitas histórias por contar. Já passou por mãos de poderosos e de fracos, já esteve na mesma batalha nos dois lados beligerantes, é conhecida em mais de metade dos países do mundo, seus mortos já passam os milhões e seu preço continua o mais barato do mercado.

Esta arma tem uma história muito bem cimentada em Moçambique, sendo este país o único no mundo que ostenta a AK-47 na sua bandeira. Tal história remota dos tempos da luta pela libertação da pátria. Sendo a União Soviética um dos grandes aliados do movimento, a AK-47 foi um dos maiores bens disponibilizados aos militares.

Memo depois que alcançada a independência, a AKM foi a principal arma de uso durante os 16 anos de guerra civil, deixe-me aqui sublinhar e repisar guerra civil, porque independentemente das suas motivações e causas, no seu conteúdo, a tal guerra não deixou de ser civil.

Finda a guerra civil moçambicana, a AKM passou a ser usada não só pelos militares, mas principalmente pela polícia de protecção, a tal Policia da República de Moçambique. Assim, cada esquina que os cidadãos passam em qualquer cidade deste país coberto pela PRM encontrará os agentes altamente armados com AKMs, podem também trazer pistolas, mas AKM não falta, é quase que sempre recomendada.

Para eficácia nas suas operações, os criminosos usam também as AKMs. Não são poucas as vezes em que a polícia aparece na TV mostrando unidades e dezenas de AKMs recuperadas das mãos dos criminosos. E aqui é preciso também sublinhar recuperadas porque com o crime organizado e com a promiscuidade entre meliantes e a polícia as armas usadas são as mesmas, tirando aquelas que foram roubadas ou adquiridas no mercado clandestino onde a AKM chega a custar cerca de 50 USD, ou somente 1.500.00Mt.

Esta arma de assalto, anda a solta nas nossas cidades, com maior destaque para a cidade de Maputo e Matola. A maior parte das execuções sumárias aqui acontecidas são realizadas com recurso a AK-47. em vários locais desses crimes, cápsulas e projécteis da Kalanishnikov são encontradas ao redor.

Uma das maiores trocas de tiros de que me lembro foi na sequência da operação que neutralizou o Mandonga. No local, a polícia altamente armada com AKMs, Mandonga também manuseava algumas estrategicamente posicionadas em algumas janelas e buracos da casa, (dizem que era o único a disparar da residência).

Cuvilas, o grande talento das artes em Moçambique, foi morto pela polícia com recurso a essa arma. Carlos Cardoso, se a memoria na me atraiçoa, também foi morto através de uma AKM, só para citar alguns nomes de entre tantos que poderia mencionar.

Ok, acima de tudo que coloquei, tenho somente duas questões: o porque do uso dessa arma na nossa bandeira e porque a polícia insiste a usar esta metralhadora para lidar com cidadãos indefesos e desarmados? Não encontro respostas coerentes, racionais e convincentes. Na verdade não há necessidade de continuarmos a usar essa arma para lidar com pessoas indefesas e desarmadas.

Se for para lidar com criminosos, que a polícia especial continue a usar a Kalanishkov, mas não a polícia de protecção. Na nossa bandeira o que a AK-47 quer simbolizar? Somos os únicos a render homenagem a essa arma? Até o Bin Laden que em várias fotos aparece com AKM na mão, não a usa como bandeira. Os russos não a usam como bandeira, nem os israelitas, nem os iranianos e muito menos a Cuba e outros países que a utilizaram em guerras pesadas, como Angola, Congo, etc.

Esta a razão do meu pedido de voto. Vamos retirar essa arma das nossas ruas e da nossa bandeira. Chega de intimidações e de mortes. Chega de símbolos terroristas e chega de medo. Vamos votar contra a AKM, contra a AK-47, contra a arma automática Kalanishkov.

Embora tudo que a arma fez, para bem ou para o mal da sociedade, 62 anos são suficientes para passarmos para outra fase da nossa historia. Uma história que não é escrita com sangue derramado por uma AK-47, mas uma história que é escrita com diálogo, canetas, arte, danças e outros.

Peço um voto contra o uso da AKM na rua e na bandeira!

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segunda-feira, setembro 21, 2009

Viciação Artificial de um Processo Eleitoral: O Papel Indecoroso de Algumas Chancelarias

Do meu amigo Obed L. Khan recebi, por email, o texto que, com a devida vênia ao seu autor, publico aqui neste espaço.

Viciação Artificial de um Processo Eleitoral

O Papel Indecoroso de Algumas Chancelarias


Obed L. Khan

Introdução

Que factores determinam o actual cenário de ruído e gritaria prevalecente em alguns sectores políticos, da comunicação social e da blogosfera? Que factores determinam o protagonismo excessivo de algumas representações diplomáticas, algumas vezes eivado de autêntica grosseria e visível ingerência em assuntos internos, em violação das convenções que regem as relações diplomáticas entre Estados soberano, como aquele que nos tem dado a assistir por Todd Chapman, que nem sequer Embaixador é, um simples Encarregado de Negócios dos Estados Unidos da América? Haverá ou não, por parte de alguns sectores externos, tentativas evidentes de, logo de início, desacreditar o processo eleitoral em curso e destabilizar Moçambique? Existem algumas evidências que apontam para um esforço concertado de desacreditação para depois se lançar a destabilização? Este artigo pretende responder a algumas destas interrogações e contribuir para que o nosso país venha a ter eleições livres que, mais do que a interesses de potências estrangeiras, responda aos mais genuínos anseios do povo moçambicano. Mais, que Moçambique seja um país em paz.

Antecedentes

Há antecedentes para esta gritaria e ruído protagonizado por alguns sectores externos que, agora se esforçam para moçambicanizar um problema que é seu. O primeiro deles é a exclusão, com base na Lei, de alguns candidatos que se haviam proposto concorrer às eleições presidenciais. Um grande número de concorrentes, alguns deles veteranos nestas lides, foram impedidos de concorrer às eleições presidenciais por manifesta agressão aos procedimentos legais. Relatam-se casos de alguns desses candidatos que, fraudulentamente, pegaram mapas de eleitores publicados pelos órgãos eleitorais e, sem consulta com os visados, forjaram assinaturas e impressões digitais e submeteram-nos ao Conselho Constitucional. Foram, logicamente, chumbados e, esperamos, responsabilizados criminalmente. No geral, a decisão do Conselho Constitucional foi aceite sem muito ruído, pese embora o espanto e a admiração que causou. Era a primeira vez que se passava um pente fino aos processos apresentados pelos candidatos.

O segundo antecedente surgiu duma percepção pública deturpada da decisão da Comissão Nacional de Eleições. Circulou em alguns meios, incluindo na blogosfera, a notícia de que apenas três Partidos haviam sido aprovados para concorrerem nas eleições legislativas e provinciais. Esses Partidos seriam a FRELIMO, a Renamo e o MDM. Este entendimento errado caiu bem na opinião pública. Circularam inclusivamente comentários de que este filtro permitiria uma escolha menos dispersa dos eleitores. Partidos como o PIMO, o Partido Trabalhista, o PDD e outros foram ridicularizados nesses sectores, devido à sua falta de capacidade e de organização.

Factores Determinantes da Gritaria e do Ruido

A mudança de atitude, por parte de alguns sectores internos e externos dá-se quando se percebe que o rigor dos órgãos eleitorais havia atingido um Partido que é percebido como um virtual sucedâneo da Renamo no espectro político moçambicano ou como dizia um cidadão “a metamorfose da perdiz que se traduziu em galo como resultado dos 17 anos de domesticação”. A indignação que a exclusão desse Partido suscitou cegou e retirou objectividade política aos nossos diplomatas estrangeiros que, alertados de que estavam a ingerir grosseiramente em assuntos internos de um Estado soberano, trataram de recrutar altifalantes nacionais, aqueles que não se envergonham em vender a sua dignidade e o pais a troco de algumas palmadinhas e uns trocos em apoio de seus projectos insustentáveis. Não vi até agora um esforço para entender com rigor analítico os factos que originaram o furor e a zanga dos nossos diplomatas.

Organizar processos eleitorais não é uma empreitada fácil. Requer estrutura, disciplina e organização.

Os dados em presença indicam que alguns desses requisitos não estiveram presentes, particularmente no MDM. Este Partido surgiu em finais do ano passado. Embora tenha conseguido capturar alguns delegados e algumas sedes da Renamo, o MDM não se apoderou da estrutura da Renamo. Pode ter alguns delegados provinciais e, até, distritais, mas não possui ainda uma máquina com capacidade e vocação de seleccionar candidatos em todas as províncias e em todos os distritos para as eleições legislativas e provinciais. Uma máquina para recolher, verificar e arquivar devidamente processos individuais relevantes para qualificar candidaturas. Muitos quadros ainda estão relutantes em abraçar este novo Partido.

O Presidente pode telefonar hoje e convidar alguém para Candidato. Esta pessoa aceita. É inscrita nas listas. Mas, algumas semanas depois, quando é procurada para entregar a documentação requerida, essa pessoa pode não ser encontrada. Por conveniência própria. E é preciso telefonar para outros. E o ciclo se repete. Não existe uma delegação do Partido eficiente e eficaz para monitorar estes processos.

O que se descreveu acima reflecte as deficiências de estrutura deste novo Partido. As informações que circulam com insistência revelam que este Partido não esteve organizado também. Por exemplo, um dos mais dinâmicos activistas, depois de haver entregue os processos na CNE, mandou o seu empregado lavar o carro. Este encontra dentro do carro caixas que se veio a descobrir serem os documentos que validavam as listas entregues.

As caixas são encontradas fora do prazo em que deveriam ter dado entrada na CNE. A carta enviada pelo MDM à CNE, a solicitar que se autorizasse o mandatário a digitar as listas nos computadores daquele órgão deve resultar deste facto. Ou seja, tudo parece indicar que o MDM apresentou listas incompletas, desorganizadas e sem condições para qualificar candidaturas nos círculos eleitorais em que foi desqualificado. E organizar devidamente as listas não é tudo. É necessário que as mesmas sejam finalmente eleitas. O que não estava garantido, com alguns círculos a revelarem grandes debilidades.

Há inclusivamente suspeitas já publicadas de que o MDM estava consciente das suas fragilidades. E que, por isso, esmerou-se na organização das listas das províncias onde entende ter melhor implantação (Sofala, Zambézia, Cidade de Maputo e Niassa) e que, propositadamente, desorganizou os processos das outras províncias para serem chumbados. O objectivo seria capitalizar na reprovação, projectar uma imagem de vítima e, deste modo, elevar o seu perfil nacional e internacionalmente. Esta percepção não é de todo descabida sabendo que a vitimização foi a estratégia intuitivamente adoptada por Daviz Simango nas eleições autárquicas na Beira.

Pressão Indecorosa de Embaixadores Estrangeiros

Tenho a impressão de que a posição da CNE é, na substância, inatacável do ponto de vista legal. Só esta suposição é que pode justificar as posições camaleónicas dos nossos amigos diplomatas. Com efeito, nas suas grosseiras pressões, falam de tudo, menos do respeito pela legalidade. E isto é estranho vindo dos nossos amigos europeus e americanos. Estes países insistem em que fundaram as suas instituições políticas na base do respeito escrupuloso da lei. E que o seu desenvolvimento, prosperidade e bem estar social provêm desta perfeita simbiose entre as instituições políticas e a legalidade. Nos últimos vinte anos vêm pregando este novo evangelho com inspirado vigor. Subitamente percebemos uma dramática mudança nas suas práticas.

As declarações de Kari Alanko, Embaixador Finlandês em Moçambique, embora menos grosseiras e menos mal educadas que as de Todd Chapman, fotocópia do Dennis Jett, seu conterrâneo, são sintomáticas neste aspecto. Ele fala dos princípios gerais de democracia que, segundo ele, são a liberdade, a justiça e a transparência. Não há nenhuma alusão ao respeito pela legalidade. Mesmo procedimento havia sido seguido pelo Diplomata americano quando introduziu o conceito da “inclusão” no dicionário político moçambicano sem, porém, sobre ele elaborar no mais mínimo.

É caso para considerar que estes nossos amigos devem acreditar que existe uma democracia para europeus e norte-americanos, que se funda no respeito pela lei e uma democracia para pretos que seria gerida na base de um confuso, subjectivo e curioso conceito de “inclusão”.

Desta vez os nossos amigos diplomatas não falaram da alternância como um dos princípios gerais da democracia, sem a qual as eleições não podem ser percebidas como livres e justas. Ainda não começaram a falar do GUN. Mas tudo leva a crer que lá chegaremos como aconteceu nos tempos de Dennis Jett. A FRELIMO, juntamente com o MPLA, o Chama Cha Mapinduzi, o ANC, a SWAPO e a ZANU, tem a sua génese no movimento libertador que ousou desafiar a supremacia branca na região.

No seu conjunto, estes Partidos estão imbuídos de um espírito fortemente nacionalista orientado para uma dignificação cada vez mais crescente dos africanos. Estes Partidos olham para os recursos da região, nomeadamente a terra, os recursos minerais, os recursos marinhos e outros como devendo beneficiar, em primeiro lugar os nossos povos.

A permanência no poder destes Partidos é uma afronta às estratégias hegemónicas de poderes estrangeiros. Daí a aposta na sua demonização e consequente derrube e pulverização.

Assim foi na Zambia com a UNIP. Processo similar está em marcha no Zimbabwe com o desejado enfraquecimento da ZANU-FP. Portanto, quando poderes externos não se coíbem de desafiar, desacreditar e vilipendiar as decisões de um órgão independente como a CNE só podemos nos perguntar o que estará atrás dessas atitudes.

Quando embaixadores estrangeiros pedem ao Presidente da República para, fora dos parâmetros da lei, intervir e declarar nulas as decisões de um órgão independente como a CNE só podemos nos perguntar que interesses se perseguem. Quando no âmbito do diálogo político com o Governo os mesmos embaixadores chantageiam o país com eventuais cortes de ajuda, para forçar uma intervenção irregular deste sobre a CNE e sobre o Conselho Constitucional só podemos dizer que se perdeu a vergonha, o decoro e o respeito pelas regras diplomáticas.

Quando embaixadores de países estrangeiros emitem declarações regulares para pressionar e intimidar o Conselho Constitucional só podemos concluir que o rei vai nu. E, finalmente, perguntar: o que faz correr a “comunidade internacional”?

Sinais de que se Pretende Descredibilizar o Processo

Há indícios de que se pretende forçar uma situação de crise política e de caos e finalmente destabilização. O primeiro sinal pode ser obtido do esforço sistemático de demonização da CNE, quer nela própria como instituição, quer nas pessoas dos seus componentes, em especial o seu Presidente. O segundo sinal pode ser obtido da pressão indecorosa sobre o Conselho Constitucional e dos apelos para que não seja acatada qualquer decisão que não vá de encontro às pretensões dessas chancelarias. Um terceiro sinal pode ser encontrado na forma como um processo eleitoral geralmente pacífico está a ser relatado por alguns sectores da imprensa nacional e internacional, a mando destes diplomatas zangados. Quem não está no terreno é levado a pensar que sempre que um militante do MDM sai à rua é agredido. Que a campanha eleitoral está a ser condicionada por uma violência institucional semelhante àquela que nos foi relatada sobre o Zimbabwe. Pretende-se, em minha opinião, criar todas as condições para a rejeição dos resultados cujo vencedor qualquer pessoa minimamente informada conhece antecipadamente por virtude de um trabalho de grande mérito que realizou ao longo de todo este quinquénio. Neste sentido, o trabalho jornalístico de um semanário local que sai às sextas-feiras é um manual completo de como se constrói artificialmente o caos e a destabilização.


PS. Os nossos parceiros zangados devem recordar-se que o que nos dão não é almoço grátis. Teremos que pagar de forma directa como divida ou nos meios diplomáticos votando a favor da sua candidatura em organismos internacionais...

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sexta-feira, setembro 18, 2009

A teoria da vitimização do Deviz

Serei eu adepto da teoria de conspiração? Não sei, mas, algo me diz que a história da exclusão de algumas listas da MDM é obra da própria MDM.

Sim, é que, não se pode conceber que em alguns círculos eleitorais as listas tenham sido bem organizadas e por conseguinte aprovadas e em outros tão desorganizadas ao ponto de ditarem o resultado que hoje se contexta.

O mais engraçado, é que as listas da MDM não foram excluidas nos círculos onde a MDM é no mínimo conhecida, Maputo Cidade, Sofala, (Niassa e Inhambane), sendo que, nas zonas onde pouco ou nada se sabe sobre este partido e seu candidato teve problemas.

E ai nasce o meu questionamento: problema ou suposto problema?

Ao meu ver, há aqui um suposto problema, inventado pela MDM e com auxílio de alguma contrainteligência que hoje o auxilia, de buscar na vitimização deste movimento, os trunfos e/ou estratégias da sua penetração.

A gênese deste movimento já explica em parte, esta estratégia de vitimização, pois, quando o seu líder foi expulso do partido onde militava, a opinião pública, não quis saber das razões de fundo que ditaram o seu afastamento, senão, tomar as suas dores.

Penso que a estratégia hoje se repete, só que, com um dado novo: para além do povo e alguma imprensa a MDM, tem a comunidade internacional e doadores a engrossarem a lista dos que olham para ele e seu candidato num único ângulo:
como injustiçados.

Se o resultado do CC. ditasse a repescagem do MDM, este, mesmo sem estar a fazer a campanha ia com alguma vantagem em relação a alguns em campanha efectiva, isto, por toda esta campanha gratuíta que está sendo feita.

É que hoje, até para quem como eu que nunca olhou para a MDM com olhos de ver, passa a prestar alguma atenção, isto, pela visibilidade que é dispensado por todos e principalmente pelos embaixadores acreditados no nosso pais, e alguma imprensa que frustrada a sua tentativa de empoderar RENAMO, vê no MDM, hoje, parte da solução dos seus problemas e das suas incofessáveis agendas.

O que hoje está a acontecer, (o estranho protesto dos embaixadores e doadores e se levarmos em conta que outros partidos e candidatos já antes tinham sido excluídos), não é estranho se recuarmos por pouco tempo ao périplo que este movimento, logo após o seu acto constitutvo fez por alguns paises a começar de Portugal, contra todas as expectativas, que esperavam que este, se embrenhasse pelos distritos, explicando o seu propósito político.

São este amigos(?) do MDM, que hoje deitam abaixo o espírito da lei ao qual tanto martelaram nas nossas cabeças para que aprendéssemos em nome da inclusão, isto porque lhes interessa ter um guardião dos seus interesses a concorrer.

Este filme, já passou algures (penso que em Zimbabwe), e o que está a acontecer, é uma tentativa de reeditá-lo com outras nuances.

É assim fácil prever que, se as coisas, se assim se manterem (decisão do CC), o que os doadores e a comunidade internacional dirão, é que o processo já está viciado logo ao nascimento e seguir-se-ão depois das eleições, as já famosas propostas de Governo de Unidade Nacional e queijando.

Moçambicanos, onde anda o nosso sentido de patriotismo? Não somos capazes de olhar para este processo com as nossas próprias lentes? Ainda que dependentes da ajuda destes paises, devemos aceitar que em nome desta ajuda hipotequemos a nossa soberania? Devemos fingir não ver esta interferéncia? Não será esta violação do princípio do direito internacional público de não ingeréncia nos assuntos internos de um Estado?

Para todos os efeitos, fico a torcer para que a decisão do Constitucional, seja no sentido de inclusão, não porque sugeriram os embaixadores, mas, como prova, de que nem com todo este apoio, a RENAMO, digo MDM, terá a visibilidade que se pretende, para provar, que nem com este golpe de marketing, se pode mudar a direcção do voto.
O povo não é cego.

Um abraço ao bom senso P.S. qualquer que seja a decisão do C.C. esta, deve ter como suporte o primado da lei

Jalaludino Ossufo

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terça-feira, setembro 01, 2009

Uma Implosão De Vídeo

Pede-se me estas duas linhas para falar do trabalho de MC Roger. Escrevo, apenas para colocar os meus ponto de vista acerca do que é o seu novo video clip gravado no Brasil, cujo título se não me egano é “superstar”.

Repito, escrevo para falar do trabalho de MC Roger, apenas (desculpem, mas talvez um dia percebam a necessidade desta repetição)

O MC, sabe fazer marketing não haja dúvidas. Marketing agressivo até. Pois, foi com o seu marketing, que soube que ia ao Brasil gravar o seu mais recente video clip.

Conhecendo a marca dos vídeos deste “entreteiner” feitos no solo pátrio, o toque de qualidade que está habituado a cunhar-lhes, o gosto pela exloração de paisagens e de cores vivas, pensei comigo: vem aí uma bomba de vídeo.

Mesma bomba que encontrei um dia no vídeo “patrão” e nos demais que caracterizam o MC.

Esperava e honestamente, um MC a começar o vídeo com uma caminhada no calçadão moçambicano, exibindo a não menos bela praia de Costa de Sol, mostrando as nossas lindas mulheres, nossas belas paisagens que sempre irradiam a nossa vontade de viver e nosso estilo próprio, e que, essa caminhada, terminasse no calçadão brasileiro.

Esperava que o MC caminhasse num à vontade no morro, que cumprimentasse as “mamanas baianas” e linkasse essas imagens com as das “mamanas do mercado de peixe” e/ou do mercado da baixa.

Mas não, MC Roger anunciou uma viagem a Brasil e mais, fez estreia do video com Ministros a mistura, para fazer e mostrar um clip a volta de uma piscina!

Até os miúdos cá da praça que gravam com as suas próprias economias, para as próprias namoradas, para ficarem conhecidos no seu quarteirão, já evoluiram deste tipo de cenário.

Que se diga, casas com piscinas, existem aos pontapés na Cidade de Maputo e em qualquer Bairro, daí, não perceber o que tenha levado o MC ao Brasil para gravar um clip exclusivamente numa piscina.

Não me quero substituir ao realizador e/ou produtor deste vídeo (lembrar que o MC, diz ele e não duvido, participar activamente na produção dos seus clips), mas, analisando o ângulo que se aponta a câmara a piscina e as meninas (que se diga ao bom jeitinho brasileiro), podia até pôr em causa, se este clip, foi ou não gravado no Brasil.

É que, caras brasileiras (como as que aparecem no vídeo clip), pode-se achar em Moçambique, mas um calçadão, ou um Cristo Redentor, o Morro, não se acham em qualquer parte senão no Brasil e se, o sonho de MC (e sei que é esse), é explodir para além do Moçambique, um clip com imagens ilsutrativas do Brasil só o ajudaria e muito.

E que se diga, mesmo que o MC fosse péssimo artista, encontraria a atenção primeiro dos brasileiros que veriam o seu pais reflectido no estrangeiro, e segundo, dos demais, que admirariam um facto de alguém de uma país tão longíquo e em vias de desenvolvimento, ter tido um orçamento que o permitisse gravar fora.

Penso que nem o dono da psicina que se fez o clip, se não o dissessem saberia que aquela piscina era dele!

O MC, cometeu neste clip erros primários de marketing, reduziu com este clip, o seu trabalho de anos, não soube se igualar a ele, resumindo, foi seu próprio adversário, num jogo em que tinha tudo para ganhar ou melhor “calar a boca” dos seus detractores (como sabe fazer e bem).

Este clip, foi ao meu ver uma verdadeira implosão, uma decepção de clip, cujo alento, encontrei no clip de Lisa James (que ainda não vi por inteiro, mas só das partes que se exibem da publicidade, o cenário é bem diferente), creio gravado nos States, aliás, não creio porque as imagens falam de per si.

Um tiro certeiro no seu próprio pé e na autoridade que diz ter no marketing.

Mas este é o meu ponto de vista.

Gonçalves M.


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