terça-feira, julho 22, 2008

Desafios da Juventude Moçambicana em debate na RADIO ÍNDICO 105.5FM

A Rádio Índico 105.5 FM, em Parceria com o MoçambiqueOnline realizam no próximo sábado dia 26 de Julho de 2008, pelas 13:00h no programa MOÇAMBICANDO um debate subordinado ao tema:
DESAFIOS DA JUVENTUDE MOÇAMBICANA (ASSOCIATIVISMO, CIDADANIA, LIDERANÇA E EMPRENDEDORISMO)
O debate terá como painelistas os Jovens Manuel Gamito e Jorge Matine, com direito a participação do público via linhas telefónicas !
Participe !!

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domingo, julho 06, 2008

Jovens têm que conquistar o seu espaço - Jorge Rebelo

Segue-se o extracto da entrevista concedida pelo semanário SAVANA à Jorge Rebelo, sobre a Juventude:

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AS FALAS DA VELHA RAPOSA


Jorge Rebelo
Entrevista conduzida por Ericínio Salema e Paola Rolletta

Os jovens têm alguma chance na actual liderança da Frelimo?

- Não diria se têm ou não. A meu ver, não há outra alternativa, senão os jovens assumirem o seu papel. O problema é que os jovens ficam à espera de ordens. Eles têm que conquistar o seu espaço, como fizeram os “jovens do 25 de Setembro”.

Está a dizer que a juventude moçambicana é preguiçosa?

- Não. Ela ainda não assumiu essa necessidade. Os jovens têm que envolver-se, têm que reclamar o direito que têm de participar da governação do país. Agora temos, por exemplo, a luta contra a pobreza, na qual os jovens têm que se envolver como fizeram os do “25 de Setembro”, visando a libertação do país. Em relação à corrupção, ela é de facto uma das grandes queixas dos jovens actualmente. Falo da corrupção generalizada, que é vista como impune. Então, os jovens, já que o sistema é assim, eles é que têm que se envolver, denunciando, reagindo, pautando-se por comportamentos de honestidade.

A que jovens se está a referir? Aos da Frelimo ou a todos os jovens moçambicanos, numa altura em que um general da Frelimo veio a público dizer que os jovens podem vender o país?

- Li isso e tentei interpretar. A interpretação que eu dou é esta: há jovens cuja única preocupação é darem satisfação aos seus interesses. E nós vemos que muitos jovens estudam, tiram cursos e a sua única preocupação é arranjar um emprego, que os remunere muito acima da média. Nesse processo, muitas vezes eles não olham a meios, daí envolverem-se em esquemas.

Não acha que os jovens fazem isso por causa dos exemplos que (não) têm?

- Essa é a questão. O exemplo é fundamental. Samora, por exemplo, dizia: “um dirigente pode fazer mil discursos sobre o mal que significa roubar bens do Estado, mas se ele roubar, ninguém lhe vai dar crédito”. O exemplo arrasta; as palavras talvez influenciem. Portanto, não há dúvidas de que os jovens têm, hoje, maus exemplos. Vêem muitos dirigentes, não todos, a enriquecerem sem olharem a meios. Então, isso passa a ser visto como uma coisa normal, aceitável. Sobre como mudar o exemplo, o nosso exemplo, teríamos que nos mudar a nós próprios, o que é mais difícil.

SAVANA – 04.07.2008

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Jovens ainda não estão prepardos - Antonio Hama Thai

Segue-se o excerto da entevista que o semanário Magazine Independente concedeu ao General António Hama Thai, onde faz referência à Juventude.
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JOVENS AINDA NÃO ESTÃO PREPARADOS


Antonio Hama Thai
Entrevista conduzida por Lourenço Jossias

Magazine Independente(MI):Em termos filosóficos não acha que já chegou o tempo de os antigos combatentes deixarem os jovens dirigirem os destinos do País ?

António Hama Thai (AHT): O problema não é tanto deixar porque nós, dese a luta de libertação nacional, nunca paramos de formar. Se está lembrado do centro 8 de Março. O Processo tem que ser dinâmico. Por exemplo, o Jossias (Editor do MI) é jornalista há 26 anos e não estou a ver se uma pessoa que sai hoje da Escola de Jornalismo pode conseguir fazer o que o Jossias faz hoje. Esse é que é o problema. Não é que o Jossias está a negar que possa ficar no seu lugar. É preciso estarmos sossegados de que os jovens já assumiram o legado patriótico.

Esta coisa de gestão não se dá, conquista-se e essa forma de conquistar é através de mérito, cmpetência e experiência. Se verificar no processo de eleições internas no Partido temos uma quota fixa para jovens, é por isso que encontramos jovens na Assembleia da República e no Comité Central do Partido. Quer dizer, na nossa estrutura interna há já um caminho aberto para os jovens, o que nós queremos é que os jovens assumam o legado. Se levo um jovem que está a sair da escola agora e o nomeamos director da escola do Partido Frelimo, como é que vai dirigir a escola, se calhar nunca leu os estatutos da Frelimo, nem conhece o Programa do Partido e dizem que é preciso entregar o País aos jovens. Que tal se eles venderem o País? É preciso ter cuidado com isto, porque é preciso ter a certeza de que ele já estácomprometido com a nossa causa. Porque veja o que acontece no País, sobretudo aqui em Maputo. Alguns jovens ocupam-se muito com situações que os desviam . Quando visitei a cadeia central da Machava senti-me escandalizado, porque 80 por cento da população reclusa era constituída por jovens, que não tinham 30 anos, e durante entrevistas, alguns diziam que foram parar ali porque esfaquearam por causa do telemóvel, outros diziam que mataram por causa de um carro... quer dizer, os jovens não estão a ter a visão de que é preciso trabalhar, não importa se é pesca de magumba, se produzir batata ou tomate. O fundamental é que têm que ter em mente que é preciso trabalhar para este País, não há forma de resolver os problemas, qualquer que seja, sem esforço e essa é a grande dificuldade.

Se der uma volta há-se ver que os jovens só pensam em fazer competição para acabar grades de cerveja, garrafas de whisky. Agora é a este jovem que querem que a gente entregue o País? Jovem que só estão preocupados com garrafa de whisky?

Queremos que os jovens assumam que a pátria custou caro, que construir uma pátria exige sacrifício, exige dedicação, coragem, espírito de entrega de entreajuda, unidade nacional, esses factores devem ser assumidos pela juventude.

Portanto, nós não estamos a negar dar oportunidade aos jovens. Nós fazemos tudo para enquadrá-los, para ele assumirem o valor da pátria, que custou caro a reaver a terra; por ela morreram companheiros, não estou a falar de um ou dois, de que a gente fale, de vez em quando. São muitos.

Quando me lembro dos bobardeamentos que eram feitos nas zonas libertadas, morreu muita gente para conseguirmos esta independência. Então, estes graus de Partiotismo não podem ser dispersados e volto a sublinhar: os jovens são necessários e indispensáveis ao processo, mas devem desdenhar, devem repugnar-lhes todos estes actos de alcoolismo, de droga, de crime. Não podem alinhar com este tipo de situações, porque não vão conseguir ficar com o País nestas condições. Eu gosto de ver Jovens com responsabilidade, pelo menos, moral, prque se não tem essa responsabilidade moral, nós vamos morrer, porque somos personagens e as personagens passam, mas o Estado não passa.

O Presidente Samora dizia que o Povo nunca morre, o que morre são as pessoas e isso é verdade, desde 1498 que os Portugueses chegaram a Moçambique até agora estamos aqui. Podemos não ser exactamente os mesmos que eles encontraram em 1498, mas estamos aqui. Então o poblema dos jovens não é a Frelimo, nós estamos abertos e queremos os jovens, mas é necessáio que ele façam esforço para contribuir para o País que temos. É preciso fazer sacrifícios, renunciar a certas coisas, não se pode fazer sacrifício no ar condicionado, como os jovens querem, não se pode fazer sacrifício com AKM, à procura de uma viatura para assaltar.

Fonte: MAGAZINE INDEPENDENTE 25/06/2008

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