terça-feira, janeiro 29, 2008

Ainda sobre a Ida dos Mambas à Africa do Sul - Reacção de Teófilo Nhangumele

Caros muitos amigos,

Sou integrante deste magnífico grupo "moçambiqueonline" desde os princípios do ano passado. Integrei-o por acreditar no poder das ideias construtivas. Acredito no debate e no diálogo entre os homens honestos, íntegros e imbuídos de boa vontade. Porque assumo que esta deve ser a postura da maioria dos "moçambiqueonliners", eis aquí que cedo ao convite que me foi formulado pelo amigo Pedro Massinga Jr., não para um debate, mas sim para pequenos esclarecimentos à volta dos "Apontamentos" do jornalista.

Chefiei a Selecção Nacional de Futebol na minha qualidade de Vice Presidente da Federação Moçambicana de Futebol. Saí daquí com um mandato de proteger a seleção nacional de futebol e, fí-lo de forma profissional e diligente.

Não há na FMF nenhuma reclamação dos jogadores ou da equipa técnica sobre a minha prestação durante esta viagem.

Na verdade a FMF enviou uma informação às Direcções Editoriais dos órgão de informação oferecendo apenas transportar os jornalistas interessados para Durban e trazê-los de volta. Cartas sobre esta comunicação estão disponíveis na FMF. Cumprí esta tarefa com sucesso e, como prova disso todos jornalistas, jogadores e equipa técnica regressaram em segurança.

O alojamento e as respectivas refeições em Durban foram pagos pelos nossos hospedeiros, a SAFA (South African Football Association), cabendo à FMF pagar todas gorjetas aos serventes, que por sinal são quase obrigatórias na África do Sul.

Chegados a Durban, recebí chaves somente para a selecção nacional, em função de uma lista previamnte enviada à SAFA, a qual nos disponibilizava 9 duplos e 6 simples. Nos duplos entraram os jogadores em número de 18 e nos quartos simples entraram os membros da equipa técnica e o chefe da delegação. Por eu ser um repeitador das hierarquias, tratei logo de entregar todas chaves à equipa técnica para que procedesse à respectiva distribuição pelos jogadores. Eu próprio recebí a minha chave da mão de um membro da equipa técnica, depois de ter assegurado que todos os jogadores tinham recebido as respectivas chaves, e que estavam bem alojados.

Para quem conhece estas andanças, a equipa técnica ocupa quartos estrategicamente posicionados em relação aos dos jogadores para permitir-lhes exercer maior controlo e vigilância sobre os jogadores.

Depois disto, não sei mais nada sobre quartos ou chaves. Qualquer esclarecimento sobre como é que os jornalistas tiveram as chaves, somente a equipa técnica poderá dar melhores informações.

Contudo, a direcção do hotel informou-me, no dia da saída, que haviam dois quatros adicionais que tinham sido solicitados pelos jornalistas, apesar de estes negarem terem solicitado quartos.

4. Apesar de não terem sido prometidos nada neste sentido, anuí a que os jornalistas passassem todas refeições connosco, pois o serviço era buffet. A minha anuência foi mediante uma pergunta feita pelo jornalistas da TVM e do Notícias.

5. Chegado o dia do check-out, o gerente do Hotel veio ao meu quarto para que verificássemos as contas, e sou confrontado com uma situação de dois quartos adicionais. Foi esta a razão da minha demora em me juntar aos colegas no autorcarro, sobre o qual o prodigioso jornalista infere que eu estava “cabisbaixo e envergonhado” enquanto na verdade esta a fazer um esforço tremendo para conter o stress que estava sendo provocado por esta situação.

6. Já na recepção, mostraram-me a caligrafia de um membro da equipa técnica na lista da distribuição dos quartos. Tal como referí acima as chaves foram distribuídas pela equipa técnica. O gerente do hotel insistia que o membro da equipa técnica é que havia solicitado os dois quartos adicionais para alojar os jornalistas. Foi por essa razão que tratei logo de chamar o seleccionador nacional-adjunto para apurar a veracidade da informação que me estava a chegar.

Ele negou redondamente ter solicitado os quartos adicionais para os jornalistas e, logo de imediato, tratou de chamar todos jornalistas, que já estavam dentro do carro, para que viessem à recepção clarificar algumas questões. Espantosamente, o cameramen da TVM desce já com a câmara no ombro para filmar a tal situação, o que na minha opinião era totalmente desnecessário. O seleccionador nacional adjunto informou-lhe de imediato que a câmara era desnecessária.

7. Confrontados com a situação, nenhum deles disse alí que eu havia lhes prometido quartos. Disseram porém que eles tambem ficaram espantados quando receberam as chaves das mãos do seleccionador nacional adjunto.

Na verdade o que aconteceu naquele dia é que a SAFA perguntou-me quantos jornalistas vinham na minha delegação, para poderem lhes arranjar as credenciais para o jogo e para a conferência de imprensa.

Diligentes que eles sempre foram, trataram de solicitar mais dois quatros só que estes dois quartos deveriam ser pagos pelos respectivos ocupantes. Acontece porém que esta informação sobre os quartos adicionais não foi passada nem a mim e nem aos jornalistas.

8. Usei de muita calma para desbolquear este assunto, pois estava em discussão coisas que haviam acontecido à minha revelia. Expliquei ao gerente do hotel que somente as pessoas que solicataram os quartos é deviam pagar, neste caso a SAFA, ao que o gerente do hotel informou que a SAFA deixou uma nota declinado qualquer pagamento adicional.

Alí, só restava uma saída – que os ocupantes dos quartos pagassem o que consumiram. O gerente do hotel gentilmente cancelou um quarto e pediu que os 5 jornalistas partilhassem o custo de um quarto.

9. É engraçado que eles não mostraram nenhuma resistência e trataram de juntar o dinheiro e pagar pelo quarto. Os dois jornalistas da TVM até tiveram a humildade de pedir descupas pelo sucedido.

Todavia, o jornalista do Notícias, o tal Nhanatumbo, disse-me que “gozava de um tratamento especial”. Já solicitei um encontro com os seus chefes para em frente deles explicar donde é que vêm este tratamento especial que ele reclama. Cheira-me a muita promiscuidade e falta de deontologia profissional aquí. Na devida altura informar-vos-ei do desfecho.

Meus amigos, os jornalistas tiveram um dos melhores “deals”. Numa situação em que deveriam ter pago ZAR 3.000 cada cada um, somente pagaram ZAR 240 pelos 3 dias de hospedagem e refeições. As gorjetas pelas suas refeições foram pagas por mim. Pudera eu! Imaginem que só de gorjetas o hotel cobrou-me ZAR 2.000.

10. Quanto às sandes: meus amigos, o quê que se come dentro do autocarro no intervalo entre duas refeições? Por acaso come-se frango na braza, ou feijoada à portuguesa com todos, ou mathapa de caranguejo tsimbelada com castanhas inteiras? Em todas as viagens que já fiz, dentro e fora do país, sempre comí sandes, chips, e coisas do gênero.

11. Quanto à viagem por autocarro: viajamos de autocarro porque a verba disponibilizada pela SAFA não era suficiente para que tivéssemos feito a mesma viagem de avião. Podem fazer contas simples ao vosso critério: comprar PTA’s para os jogadores que actuam fora, comprar as passagens para 25 integrantes, e os pocket-money para igual número, etc

Tecnicamente falando, existe uma relação entre as horas de viagem e o repouso necessário antes dos jogadores entrarem em campo. Não existe nenuma definiçãos sobre o meio de transporte que deve ser usado para uma deslocação desta natureza. Chegamos a Durban na sexta feira e o jogo foi no Domingo.


12. Quanto à insinuação de desvio de aplicação dos fundos durante a viagem: levava comigo menos de ZAR 10.000. Deste valor paguei combustível para o autorcarro, as portagens, as gorjetas no hotel, as refeições de volta, o tratamento do jogador lesionado e outras despesas solicitadas pela equipa técnica. Todos justificativos estão depositados na FMF pelo que, qualquer jornalista interessado em informar ao público com a devida honestidade, poderá contactar a FMF e caso haja alguma dificuldade intercederei para lhe facilitar essa informação.

13. Quanto às questões técnicas relacionadas aos Mambas, recuso-me a comentar por razões estratégicas. Qualquer jornalista interessado em saber os planos da FMF que se dirija para lá solicitando-as que lhes serão diponibilizadas., sempre que se mostrar nececessário e oportuno

Em jeito de conclusão:

Este esclarecimento está sendo dado ao “moçambiqueonline” por Teófilo Nhangumele, e não pelo Vice Presidente da FMF. Sou membro registado do “moçambiqueonline” daí a minha aceitação ao convite de dar os esclarecimentos. A FMF tem uma postura institucional e na devida altura irá tomar as providências necessárias para responder ao ataque que lhe foi desferrido.

Por mais impopular que pareça, acho que os jornalsitas não deveriam usar os meios de transporte usados pela selecção nacional. A FMF vive de donativos que consegue com bastante esforço, e para mim, é eticamente inaceitável que os mesmos sejam usados para “patrocinar” instituições lucrativas e seus profissionais.

O jornalismo que é praticado por alguns jornalistas não ajuda ao desenvolvimento do desporto, no geral, e do futebol, em particular, em Moçambique. Alguma jornalismo é bastante degenarativo e só ajuda a destruir as instituições e seus dirigentes ao invés de os promoverem para melhor poderem levar a cabo o seu trabalho. Ainda bem que no nosso país há muitos leitores munidos de bom senso e análise crítica das coisas.

Custa-me entender qual é a motivação deste jornalista em urdir coisas e imputá-las a mim. Em nenhum momento irá provar eu ter-lhe prometido quarto. Em nenum momento irá provar ter recebido as chaves de mim, pois testemunhas indignadas estão prontas a depor, em sede própria.

Aleas, o tal Nhantumbo foi a única pessoa que me ligou um dia antes da viagem a dizer-me que falara com o Presidente da FMF para que eu lhe facilitasse um quarto. A minha resposta foi a de que eu não era a pessoa que estava a tratar das questões logisticas da viagem, e remetí-o ao Secretário Geral. Foi a única vez que falei com esse jornalista.

A termianr

Lamento bastante saber que escrevendo ao jornal foi a única forma que o Nhantumbo encontrou de mostrar a sua suposta insatisfação pois que eu saiba, havia algo que o ligava à FMF, razão pela qual ele “reclamava um tratamento especial” que eu não lhe dei.

Deixei de fora algumas questões que não abonam a favor deste jornalista, pois a minha intenção não é destruir pessoas mas sim construir. O FUTURO DIRÁ!


Teófilo Nhangumele

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terça-feira, janeiro 22, 2008

Ainda sobre a Ida dos Mambas à Africa do Sul - Cadê o Sr. Teófilo Nhangomela

O Jornalista Salvador Nhantumbo denunciou, na semana passada, o "mautratatamento" a que foram sujeitos os jogadores da nossa selecçãonacional de futebol (Mambas) na sua última deslocação a África do Sul.
Na edição de hoje do jornal Noticias (www.jornalnoticias.co.mz),Nhantumbo voltou à carga com mais detalhes. Inclusive revela oeventual valor monetário pago pela Federação Sul-Africana de Futebol àsua congenere moçambicana.Venho por este meio, pedir explicitamente ao sr. Teófilo Nhangomela,chefe da delegação moçambicana na tal viagem, para esclarecer-nossobre o mau tratamento dispensado aos jogadores da nossa selecção.
Teófilo Nhangomela é membro do Moçambique-on-line. Participa activamente em debates aqui no grupo. Será que o seu silêncio revela consentimento? Estou profundamente chocado pelas denúncias do Salvador Nhantumbo. Pela exibição dos Mambas naquele dia, as denúncias fazem muito sentido. Vivo na África do Sul, assisti ao jogo com amigos Sul-Africanos, Zimbabweanos, Swazis e Congoleses. A exibição dos Mambas envergonhou-me muito naquele dia. Todo o orgulho com que eu falava dos Mambas aos meus amigos no ano passado ficou destruído. Pobre exibição,falta de motivação, etc... etc...Não creio que a Federação Sul-Africana volte a convidar os Mambas para um amigável, pelo menos enquanto estes dirigentes da nossa federação continuarem.
Faltaram respeito ao povo Sul-Africano e também a mim, ese calhar a outros moçambicanos. Os Sul-Africanos questionam nas suas cartas de leitores publicadas em diversos jornais a escolha de uma selecção tão fraca como os Mambas para a preparação da sua selecção nacional. Teófilo Nhangomela, será que merecemos tanto vexame? Alguma lição foi aprendida para que isto não volte a acontecer? Espero ansiosamente pelo seu esclarecimento. Será pedir demais?
Pedro H. Massinga Jr.

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

Não te pedimos nada, Teófilo ( a própósito da Ida dos mambas a Africa do Sul)

!Por SALVADOR NHANTUMBO, Jornalista do Noticias

ESTA é a única forma que encontrei para manifestar a minhainsatisfação face ao tratamento a que fomos submetidos, eu e algunscolegas, na deslocação dos “Mambas” a Durban, pelo senhor TeófiloNhangomela, chefe da delegação.

Maputo, Quinta-Feira, 17 de Janeiro de 2008: Notícias

A Federação Moçambicana de Futebol havia feito a promessa de integraralguns jornalistas na sua caravana, o que efectivamente aconteceu. Donosso lado, seguiram dois: o autor destas linhas e orepórter-fotográfico. Da TVM, o repórter Victor Manuel e o“câmara-man” Eugénio Benhe. O primeiro ficou inicialmente pelocaminho, devido a irregularidades no seu passaporte, porém, veiojuntar-se ao grupo no dia seguinte, depois de resolver o problema.

Chegados ao hotel, em Durban, recebemos de Teófilo a informação de queestavam assegurados dois quartos para nós, ou seja, mais um lugar doque havia sido prometido quando partimos de Maputo. Acto contínuo,entregou-nos as respectivas chaves. Eu e o Felisberto Laícepartilhámos a mesma cama, idem com os jornalistas da TVM. Ficámostranquilos, apesar do desconforto, por termos conseguido a hospedagem.A nossa preocupação, a partir de então, residia no local para asrefeições. Mais uma vez, Teófilo garantiu-nos que estava tudoresolvido. Aliás, sublinhou que “estamos a envidar esforços para quetenham quartos mais confortáveis”.

Com este cenário, tudo foi para nós às maravilhas até ao dia do jogo,no domingo.

A partida de regresso estava marcada para as 7.00 horas desegunda-feira. Saímos dos quartos meia hora antes e juntámo-nos nasala para o pequeno almoço, donde partimos para o autocarro, com asnossas bagagens.

Algo espantoso deixou preocupado “todo o mundo”: o chefe da delegaçãonão abandonou o quarto até quase 8.00 horas. Alguém saiu do autocarropara saber o que se passava com ele. A dado momento, Téofilo apareceue quando todos aguardávamos, finalmente, pelo arranque, ele retornouao hotel. Cabisbaixos, não sabíamos o que estava a acontecer. A seguir, foi a vez de Miguel Chau. Ficámos a olhar pelas janelas doautocarro e vimos que os dois estavam na recepção.

Passado algum tempo, Miguel regressou ao autocarro e à entrada, disseao “câmera-man” da TVM que estava a ser chamado. Partiu com ele para obalcão. De novo, voltou para o carro e disse: “todos os jornalistaspara o hotel”! Descemos, mesmo sem saber o que estava a acontecer.Chegados lá, Teófilo e Miguel ordenaram que devíamos pagar os quartos.Perguntámos as razões e a resposta foi de que a Federação Sul-Africana(SAFA) havia pago apenas 25 lugares, para os jogadores e a equipa técnica.

Bem, o que nos deixou interrogados nisso tudo é a razão desta informação, pois ninguém havia pedido hospedagem ao chefe dadelegação. Ele, por vontade própria, passou-nos as chaves, depois dedistribuir aos jogadores e ao resto do pessoal que integrava adelegação, sem que nos avisasse sobre o pagamento dos quartos. Aliás,foi ele que veio ao nosso encontro e disse que tudo estava resolvido epodíamos, igualmente, passar as refeições com o grupo. Prova disso éque nem sequer fomos chamado a preencher qualquer documento que noscomprometesse a pagar algo.

Houve uma certa discussão que forçou Teófilo a dizer que “vocês têm sorte porque eles retiram um quarto e vão pagar um”. Para nãoperdermos mais tempo, juntámos 60 dólares cada, totalizando 240, eentregámos ao balcão. Não preenchemos nenhum documento e tudo ficoupor aí. Dentro de nós, levantaram-se muitas dúvidas e suspeitas. Nãochegámos a saber o que estava a acontecer, mas algo cheirou a manobrasdo diabo, que só Teófilo e seus próximos sabem.

Porém, fica este lamento, pois nada lhe pedimos. A meia volta que deunas nossas caras, assumindo uma posição controversa daquilo que haviainicialmente nos assegurado, sem o pedirmos, só prova algo esquisitodaquilo que já nos habituamos a ver de alguns dos nossos dirigentesque defendem interesses pessoais em detrimento do colectivo.

Uma das questões que se colocam nesta viagem é: por que razão os“Mambas” viajaram via terrestre, pois a SAFA confirmou que tinhaassegurado o transporte aéreo, hospedagem e alimentação? Não sabemosse houve “cachet” para a selecção, pois tudo girou em segredo. Aliás,jogadores como Mane-Mane e Tico-Tico disseram, quando interpeladospela nossa Reportagem antes da partida para Durban, que não sabiam porque razão a selecção viajaria de autocarro e o que os “Mambas” iriamganhar com este convite, porque nada estava claro.

Como não somos surdos, ficámos a saber, já no terreno, que a SAFAhavia organizado uma conferência de Imprensa no Aeroporto de Durban,onde a selecção era esperada. A SAFA ficou sabendo, nas vésperas doencontro com os jornalistas, que os “Mambas” iam via terrestre e porrazões que não foram explicadas. A conferência acabou, por causadisso, sendo abortada. Aliás, os “Mambas” haviam, igualmente,manifestado a sua contestação em relação à viagem via terrestre (maisde sete horas), alegando o desgaste que isso iria criar à equipa, quetinha que treinar no sábado e jogar no domingo, depois de cumprir umasemana cheia de preparação sem pausa.

Comentários:

Ericinio de salema Escreveu:

Acho lamentavel o que aconteceu com os quatro colegas (dois da TVM e outros dois da TVM). Nada justifica que um ser humano seja humilhado por seja la o que for. Por outro lado, acho que o que sucedeu acabou sendo um mal necessario, isso porque, se as contas lhes tivessem sido bancadas por fosse quem fosse, o Salvador Nhantumbo dificilmente nos explicaria que i) era suposto os jogadores terem viajado de aviao, ii) que nada ficou claro sobre o cachet e por ai alem. Quando um jornalista paga as suas contas, ha mais probabilidades de o publico ter acesso aquilo que efectivamente aconteceu. Quando as fontes suportam, ficamos, nos os jornalistas, cumplices de muita coisa. Abracos

Ericino de Salema
Journalist & Media Researcher
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quarta-feira, janeiro 16, 2008

Carta aberta a Drª J Langa (Reacção de Edmundo Galiza Matos Jr.)


Compatriotas Manuel, Ericino, Canhenga, Tito Mota, Dalton e demais interessados!

Li atentamente todas as reacoes que se seguiram a minha intervencao relativamente a veiculacao da musica mocambicana nos canais de radiodifusao mocambicanos. Longe de discutir pessoas, perseguirei o debate de ideias, pois apenas isso move-me. Espero que acompanhem atentamente.

Entendo que qualquer canal que solicite um espaco nas ondas hertzianas para radiodiifundir seja la o que for, cumpre com o postulado na Lei de Imprensa, apresenta uma linha editorial ao Gabinfo e cumpre com os requisitos básicos de divulgacao de sons por via deste meio.

A minha abordagem continua no mesmo diapasao e mantenho firme a ideia de que: Nao se devem divulgar determinados temas musicais em determinadas horas e canais públicos que atentem a moral, suscitem violencia, apelem ao sexo, drogas, comportamentos anti-éticos, racicos ou étnicos.

Antes de debrucar-me profundamente sobre isso, importa dar algumas respostas as questoes que foram sendo colocadas directamente a mim, comecando pelo Manuel.

Eis a pergunta:

“A questao que pretendo colocar e simples. Se foste capaz de avaliar a musica pelo seu conteudo e achaste que nao deverias te-la difundido, entao porque e que precisamos de mais regulacao? O exemplo que citaste mostra que de facto nao precisamos de regulacao nesta area, pois os nossos radialistas tem competencia suficiente para separar o trigo do joio.” Manuel Araujo.


Abaixo a resposta:

Caro Manuel, pese embora o facto de eu tambem reconhecer que os nossos radialistas tem tamanha competencia para passar o que acham ser boa música, ainda acho que é necessario regulamentar-se, e digo-lhe porque: Questione aos etno-musiclogos de alguns paises quanto mal causaram aos jovens determinadas músicas veiculadas insistentemente por certos canais de rádio em sinal aberto apelando as drogas, ao sexo, a imoralidade, as armas, etc. Nos EUA artistas como Janeth Jackson, Nirvana, Justin Timberlake, Wu Tang Clan entre centenas de outros, viram as suas musicas com letras explicitamente atentadoras a moral, banidas de todos os canais de televisao e de rádio que emitem em sinal aberto para os mais de 200 milhoes de americanos. A Radio Hot 97 nos EUA transmite temas desta natureza no periodo diurno após serem remisturadas e retiradas todas as palavras obscenas ou “imorais”.
Quem regula isso, manda inclusive as editoras proibirem a venda a menores de 18 anos e solicita que as editoras gravem na capa do disco a palavra “Explicit content” e a entidade que se responsabiliza chama-se Recording Industry Association of America, uma especie de SOMAS la nas terras do Tio Sam.
Os temas com mais abordagens deste genero sao o heavy metal, dance pop, alternative rock, punk e especialmente albuns de Rap e Hip Hop.
Em paises como Inglaterra, Portugal, Dinamarca, Grécia, Finlandia, Brazil ou Canada os discos de artistas que tem deste tipo de letras sao vendidos em casas apropriadas e a Wal Mart, um grande consórcio de venda de produtos a retalho no mundo nao aceita vender estes cd’s sem que sejam “filtradas” as palavras obscenas.
Agora, acho e concordo que no caso do nosso país, as Editoras, as Rádios, os radialistas, os músicos, a SOMAS, as associacoes interessadas e demais entidades, e nao necessariamente o Estado é que devem encontrar mecanismos para a regulacao.

O Betuel Canhenga diz e passo a transcrever:

“…Eu acho sim, que ha musicas que devem ser passadas em alguns foruns especiais. Ha musicas que nao devem (podem) ser passadas em certos momentos pelos canais de comunicacao, e alias, o mesmo pressuposto é usado em relaccao aos filmes. Todos havemos de nos levantar a gritar se os canais de televisao passaram por exemplo um filme de Pornografia as 12h. Nao nos irremos aborecer (e se nos for aborecedor, sera com tom diferente) se mesmo filme for passado as 3horas da manha!!! Ou ainda se o filme for vendido e assistido por alguem em sua casa!!! .... Quanto a mim, está certo que é preciso que hajam esses restreio da musica, mas é importante que saiba-se fazer!!!”

Betuel Canhenga

Regulacao e necessaria! Censura nao!
Penso que o Betuel entra na minha linha de pensamento. De facto, e sobretudo canais de rádio e tv que emitem em sinal aberto (nao pagos pela maioria do povo como os da TV Cabo e DSTV) devem ter momentos apropriados para veicularem determinados temas musicais e filmes que só a Liberdade de Expressao, de criacao, de inspiracao, da nos o direito de dizermos o que nos vai na alma.

No prosseguimento do debate o meu grande amigo Ericino vai mais longe e relembra-nos um desses momentos de inspiracao do “embondeiro” da nossa música Xidiminguana dizendo:

“Ha musicos da "velha guarda" - com idade dos avos dos da "nova geracao" - que ja cantaram numeros que, em desabono da mentira, incitam ao tribalismo.” Ericino de Salema


Por ai eu penso que mesmo que sejam músicos da dimensao do referido, é bom que os canais abstenham-se de divulgar temas que atentem contra a Unidade de todo um povo!
O Oscar Rafael convida-me a reflectir sobre o que é boa música questionando nas entrelinhas do debate:

Conseguiria o senhor (Galiza Matos Jr) dizer nos o que é, e qual é a boa e má musica?

Caro Óscar, se estiver a falar sobre a música que deve ser veiculada na rádio ou televisao pública ou de direito privado com o sinal aberto, a minha afirmacao é categórica: Consigo e perfeitamente!
Eventualmente tenhamos gostos diferentes e isso é perfeitamente normal. A mim pode soar-me bem uma kwassa-kwaasa, rumba, um jazz, um zouk e a si um rap, um funk ou dzukuta ou tango, dai nao podemos fugir, muito bem. Agora, se lhe convido a ouvir ao lado dos seus melhores amigos, criancas, familiares, um kuduro ou qualquer outra música que tenho no conteúdo da sua letra palavras obscenas, violentas, mal ditas e por ai além, penso que juntos podemos caminhar a classifica-la de MÁ música. E repare que a mesma até pode ter uma perfeita execucao em termos de instrumentalizacao, mas o facto de ela “ferir” os ouvidos de quem a escuta e atentar a moral leva-lo a a classifica-la como sendo uma música má (suponho que tem sensibilidade para isso?) pela facto de pecar por ser uma música atentadora aos principios de toda uma sociedade que se pretende sa.

O Óscar convida-me a ao passado dizendo “Volte aos tempos do MATOLINHAS, tente re-escutar todas musicas por si passadas, com um tradutor ao lado, pois talvez a diferença linguistica o trai. Só passava tas musicas (hip-hop)por virem de fora?

Para aqueles que nao saberao o que o Óscar pretende dizer, tentarei clarificar. O Óscar pretende que eu regresse 12 anos atrás para reescutar as músicas que eu passava num programa radiofónico denominado MATOLINHAS, transmitido num canal de rádio em que eu trabalhava.
Caro Oscar, aqui parece haver uma contradicao no que pensa e no que fala. Pergunto-o eu, era ouvinte assiduo do Matolinhas?
Que músicas ouvia?
Acha que elas tinham conteúdos obscenos?
Refere-se a que músicas que passavamos no Matolinhas? As más ou as boas? Consegue recordar-me apenas uma?
Nessa ocasiao, embora nao conseguissemos rastreiar todos os temas de fora ou cá de dentro, e sem precisar de um tradutor, faziamos questao de separar o trigo do joio passando apenas as boas.

Tenho dito e muito obrigado!

Edmundo Galiza Matos Jr

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Ainda sobre o "banimento de certas músicas" nas radios Moçambicanas

Por: Tito Livio Mota

Caros amigos,

Não tenho por costume meter-me onde não sou chamado mas, em matéria dedemocracia todos somos chamados e implicados.Quando esta padece num canto do globo, no outro extremo, mais tarde oumais sedo esta acaba por padecer.Não, não é papel do estado decidir o que se deve ou não dizer,publicar, cantar, pintar o sete ou outra coisa.O dever do estado é o de garantir o livre acesso a todos à expressão.

O que não agrada a uns, agrada a outros.O que é ofensa ou palavrão para uns é piada ou crítica para outros.E se ofende este ou aquele ou a generalidade das pessoas, compete aocidadão e somente ao cidadão (individualmente ou colectivamenteatravés de associações ad-oc) o papel de protestar ou por bom termo aosucedido ou cantado.

Em caso nenhum este papel compete ao Estado, pura e simplesmente portal não é nem deve ser a sua função.Senão, onde acaba a censura e começa a obra civilizadora que algunspodem pretender encarnar?Quem lhes dá tal direito?O facto de terem obtido a maioria?E o direito das minorias?E o direito à subversão, ao protesto, à tomada de caminhos diferentesdos da maioria, que é a essência mesma da arte?Que paternalismo é esse o de um estado que se pretende superior àopinião pública ou, o que é pior, representante superior da mesma?

Mal vai um país que precisa de ministros para lhe dizer o que é bom ouo que é mau. Cuja população espere pelo Estado para policiar a livremanifestação de opinião ou da expressão de cada um.Já imaginaram o que seria da Europa ou da América do Norte se o Estadose metesse a impor a vontade da maioria branca sobre as expressões dedescontentamento (por vezes verbalmente violentas) das populações deorigem imigrante?E que seria feito de programas e jornais satíricos extremamenteousados como os que se vêm na Europa e que são o mais alto sintoma daliberdade de que se goza nesses países.

Claro que todos os governos tentaram proibir tais programas e jornais,mas, felizmente, existe uma opinião pública organizada que os impediu,pelo menos até agora.Muita da música RAP é extremamente sexista. As mulheres sãoapresentadas como inferiores, e até enxovalhadas em muitos videoclips.Mas tem havido debate e, se há quem continue a ouvir ou a aprovar talsituação, é com conhecimento de causa.

Ninguém pede para se proibir essa música, que, aliás, o mais das vezestem mais qualidade musical do que muitos RAP bem pensantes que sevendem por aí. Talvez estes últimos façam bem à condição feminina (eestou de acordo que o façam) mas, o mais das vezes fazem muito mal àmúsica.E é por isso que as pessoas continuam a ouvir os primeiros, e nãosomente por serem parvos.Num país com cidadãos adultos o Estado não deve meter o bedelho no querespeita à expressão pública.Senão é porque se consideram os cidadãos como menores mentais.E os menores e os atrasados mentais não têm direito de voto.

Tito Livio Santos Mota

Montpellier


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terça-feira, janeiro 15, 2008

A Questão das Línguas Nacionais na identidade africana

A Questão das Línguas Nacionais na identidade africana em Moçambique
por João Craveirinha

TYISO SHIKULU SHIÑWE (Uma grande verdade)

A musicalidade de qualquer língua baNto de Moçambique é verdadeiramente fantástica. Eis um paradigma da nossa riqueza desprezada durante décadas e décadas. O problema não estará na dita etnia (do grego Etnos-Nação) mas na política totalmente anti-cultural de qualquer regime que desvalorize a sua própria origem. E foi o que aconteceu em Moçambique no pós-independência. Do sistema colonial manteve-se esse desprezo anti-natura. Apesar do nosso S.M., gostar de cantar: "Não vamoos esqueceeer o tempoo que passooou"…

Esqueceram-se totalmente e rapidamente. A Frelimo perdeu a grande oportunidade histórica de fazer uma verdadeira e pacífica revolução cultural…o povo multicolor (arco-íris) de Moçambique estava receptivo às mudanças para uma afro-moçambicanização - moderna - mesmo usando a língua portuguesa como plataforma de união reforçada pela libertação das línguas nacionais…(como dizia o grande homem de cultura– Eduardo Mondlane nas nossas conversas e com os quadros em 1967/68) da necessidade de termos de valorizar as nossas línguas moçambicanas para também desenvolvermos a capacidade de pensar em "africanês" e ia ao extremo de apoiar o êMákhwa-padrão (Nampula cidade) como língua nacional em paralelo com o português (e inglês) sem esquecer as outras regionais…

Não se esqueçam que ele era Antropólogo e a Linguística ainda fazia parte da Antropologia naquele tempo.

Exempli gratia:
(No principado de Andorra nos Pirinéus aonde vivi (1983/85) as crianças são tetra-lingues …a 1ª língua oficial obrigatória é o catalão e depois o espanhol + o francês e depois no ciclo + o inglês…

Na Suázilandia fiquei maravilhado ao ver crianças inglesas a estudarem na primária o xiSuáti e a falarem…...nos acordos de Nkomati, em 1984 (salvo erro, cito de cor) , o ministro de negócios estrangeiro da RSA bóer Pik Botha corrigiu o changane de Samora Machel pois dominava melhor que o mesmo SM…este ficou profundamente admirado de um white/boer falar melhor a língua materna que ele próprio…é que mesmo com apartheid o ensino das línguas locais eram ensinadas em paralelo com o inglês e o afrikaans…chama-se a isso pragmatismo por cima do racismo... coisa que os portugueses em Moçambique não souberam fazer e a Frelimo continuou nessa cegueira político –cultural desta vez sem desculpas da "opressão colonialista"…houve oportunidade e deitou-se fora…
Hoje??
Uma tarefa que nem sei se será possível concretizar-se o sonho de Eduardo Mondlane…Em Moçambique a ambição pelo poder que o dinheiro dá materialmente cegou quase toda a gente.

A cultura? Nem fazem ideia que é muito mais que o folclore do batuque e da churrasqueira e da cerveja e da intriga… o desenvolvimento geral da cultura é que nos ajuda a reflectir os problemas políticos e sociais…de uma Nação…PENSAR é CULTURA…e somente com o desnvolvimento desta o país poderá ter um futuro melhor ...pois cultura é que nos faz mudar as mentalidades para melhor, coisa que sem ela nada a fazer...é o retrocesso total. O estômago egoísta falará sempre mais alto pisando os outros.

Todavia, a Samora Machel, foi-lhe incutido o medo do golpe de estado a partir de seus colegas moçambicanos baNto vindos com ele do maquis (mato da guerilha). Daí ter-se isolado… culturalmente desnorteou-se…e foi vítima fácil dos oportunistas recém chegados ao poder que o rodearam…Quando quis mudar o rumo das coisas...infelizmente já era tarde.

O medo do surgimento de um pseudo-tribalismo foi desculpa para não serem ensinadas as nossas línguas baNto em paralelo ao português e inglês. Não foram libertadas da repressão anterior colonial. Nessa altura (1974/1975/76), com uma planificação adequada do embrionário MEC e do MINFO (imprensa/media) poder-se-iam desenvolver a nível de cada região originária, com a obrigatoriedade desse ensino linguístico nas escolas primárias desde a aprendizagem da escrita, fala e leitura das tradições locais. Os portugueses poderiam ter ajudado com nova visão se houvesse vontade política e mais contenção da repressão do novo regime da Ponta Vermelha. Mas os ódios estavam todos na rua com os grupos dinamizadores (ou será dinamitadores?). As condições para o surgimento de uma MNR /Renamo estavam lançadas apoiados pelos vizinhos "brancos"também eles aterrorizados pela independência dos "negros" de Moçambique. Foi como um tiro dado no pé. De tanto quererem controlar (os da Frelimo) descontrolaram Moçanmbique de alto a baixo, afugentando quadros preciosos. Esses quadros, a única coisa que queriam era continuar suas vidas com segurança socioeconómica num país novo. Os "maus da fita" tinham fugido via África do Sul em 1974. Os queresistiram e ficaram foram vitimizados de 1975/76 em diante. Os que conseguiram sobreviver tiveram também de procurar melhor vida fora da terra que os viu nascer ou por ela adoptados.

A partir de 1964 a 1974, no Moçambique colonial, mesmo entre os ditos jovens brancos, crescia o interesse geral pela cultura africana em Moçambique; nas artes, na dança, no teatro e nos espectáculos ao vivo, nas letras, incluindo pelas línguas maternas extensiva ao uso de expressões idiomáticas baNto nos jornais e revistas sobretudo nas capitais: LM, Beira, Queliamne, Nampula e mesmo Tete. No Moçambique independente, e em relação ao ensino das línguas maternas estas deveriam serem ministradas independentemente de serem ou não da origem étnica dos alunos. Até um europeu ou asiático com filhos a estudarem em Moçambique numa escola moçambicana privada ou pública teriam de aprender as línguas locais onde se encontrassem.

A diacronia (evolução da língua na história) ajudaria na definiçãodos idiomas "matrix" de Moçambique.

Nota: cito as regiões da terra sem mapa defronte de mim. Daí poder haver um lapso meu nas fronteiras actuais geográficas...das línguas e formas dialectais derivadas das línguas mãe.

Exemplo: em...
Niassa – shiNyanja, Yaho e Mêdho do êMakhuwa (dependeria da região) …
Cabo Delgado: Swahili: Quionga, Palma ; Plateau: ki Makonde; Mocímboa, Ibo, Quirimbas: kiMuani (wa Ibo) – Montepuez, Pemba e Nampula Mêtho (êMakhuwha e seus derivados)…
Zambézia: Lomwe (derivado do êMakhuwa) no Alto Molocué; Quelimane: Tchuabo (influenciado pelo êMakhuwa), Milange –Marendje (com influência do Chichewa / Nyanja e Lômwe e Yao: Luabo; Podzo (variante de shinSena)…etc…
Beira (nome real Aruângua kuSena) : língua shinSena e em outras bolsas de Sofala como Murraça (maGagade).
Manica –Chimoio- shiNdao…derivado do Shona, etc…
Tete: shiNyungwe; senga; nguni… etc…
Inhambane: shiNdao (Mambone); shitswa(Vilanculos, Massinga);
cidade de Inhambane Cêu: guitonga:
Zavala, shiLengue (vulgo chope)…etc…
Gaza: shi-tShangane e shiLengue (vulgo chope – Mandlakazi, Chongoene, Quissico, Nyantumbo, Xai-Xai) …aliás a capital provém do nome do chefe muLengue (chope) iNtchai - iNtchai em 1895 avassalado ao Império de Gaza de Soshangane e depois Muzila.
Cidade de Maputo (nome errado) nunca existiu Maputo – foi inventado para rimar com o slogan do Rovuma ao Maputo…caMpfumo é o nome histórico conhecido desde o século XV /XVI (1500)1502/1544 - Bahia dos Fumos...registado em Mapas na Sociedade de Geografia de Lisboa) conhecido por caMpfumo – terra dos reis e dos chefes…
Curioso que da Biblioteca do Congresso dos EUA em 1975 enviavam correspondência para a então cidade de Lourenço Marques desta forma: "To ka Mpfumo (ex Lourenzo Marquez)" …mais ou menos assim…tive dois desses envelopes na mão em meados de 1976 ainda antes da infeliz mudança do nome para Maputo (derivado do nome da bebida do Uputso -nome "rronga" dos Tembes (caTembe) numa região que ficaria conhecida por maPutso (Matutuíne) nas cerimónias tradicionais em Mandjóló (Bela Vista) que o grande compositor moçambicano da diáspora – CostaNeto - imortalizou na sua música recente...

"Mandjóló…Ndya kaMandjolo kembaku …hantlisa mupfana…uta ndy kuma ndlelene"…

é o dialecto shin–din-din-din da matrix idomática do shi-ronga da caTembe…E por isso pelo balanço a ver se consigo escrever em shi-ronga como tentei outras do centro – norte e sul de Moçambique…(eheheheehh tenho os meus truques…mas dá cá um trabalho de consulta e cruzamento de dados, memória e composição …mas vale sempre a pena …é um desafio em prol da cultura moçambicana tão maltratada).

Eis então, a ver se está conforme a minha tentativa em shiRonga clássico (outra altura tento noutras línguas de Moçambique como o Nyungwe por exemplo ou êMakhuwa dos Mmakhuwani:

"Namuhla na dyingisa ku tsala ni shironga sha khale ya kaMpfumo (hoje tento escrever em shi-ronga antigo de caMpfumo)…
A ku sungula kwanga i ku losa: ndyi li shawani ba makweru (banakulori) ya mousambike online... (para começar na saudação: digo olá aos irmãos (colegas) do moçambique online)...
Ndye he ni psa ku mi byela (tenho ainda a dizer-vos)-
Karingana wa Karingana (sem tradução):
Karingana (coro);
shihitana sha shicuembo sha nambu…(conto dos espíritos do rio)…
A hina kambe eh: (Era uma vez:)
- Yi NYOKA NI DYI BIMBI-NDYILO SHA KU PHATIMA (a cobra e o pirilampo brilhante)TYISO SHIKULU SHIÑWEUMA GRANDE VERDADE!!
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo. Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia. Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.- Fiz-te alguma coisa?
- Não.- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
E é assim...Diariamente, tropeçamos em cobras!
HI BYONE BUGAMU (eis o fim)
Mutsale: Zoao ñwa kaMpfumo (mecunha orripa)
(João Craveirinha)
Janeiro 2007
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sábado, janeiro 12, 2008

Re: Carta aberta a Drª J Langa (Betuel canhanga)


Por: Betuel Canhanga


Sem tirar nem dar razao a ninguem (quem sou eu para julgar), apresento meu ponto de vista.

O grande problema deste belo Pais, desta pátria que dizemos ama-la é que as pessoas nao sao sérias. A Dra langa apresentou um bom pressuposto no meu entender. Eu acho sim, que ha musicas que devem ser passadas em alguns foruns especiais. Ha musicas que nao devem (podem) ser passadas em certos momentos pelos canais de comunicacao, e alias, o mesmo pressuposto é usado em relaccao aos filmes.

Todos havemos de nos levantar a gritar se os canais de televisao passaram por exemplo um filme de Pornografia as 12h.

Nao nos irremos aborecer (e se nos for aborecedor, sera com tom diferente) se mesmo filme for passado as 3horas da manha!!! Ou ainda se o filme for vendido e assistido por alguem em sua casa!!!

Quanto a mim, podemos (Devemos) fazer uma análise identica em relacao a musica. Mas... ha um outro pressuposto:

Em Mocambique, a Poltitica se infliltrou demas no sistema de gestao da vida social (ha quem dizia que nao ha viver social discossiado da politica), ate que nao sou muito entendido de "ciencias sociais"... mas "too much is never good", nós as vezes exageramos.

Quando aparece alguem séptico em relaccao as afirmacoes da Presidente do CSCS eu entendo. Bem ou mal, mas tenho minha percepcao.

É que, se o tal instrumento for criado e se o CSCS tiver ferramentas legais para impedir a radiodifusao de certos temas, voces podem crer que tudo aquilo que for musica que critique Renamo, Pamomo, PDD, Pademo, Pimo, Monamo "será que esqueci alguem... hehehe" (para nao particularizar) nao sera radio difundida. Podem crer que musicos criticos nao terao hipoteses de prosperar... e de certa forma estaremos a cortar a lingua do povo. Se voces se recordam, Craveirinha era um poeta crítico, um poeta com vontade da verdade e que asperava a liberdade, espressava sentires do Povo com base nos seus escritos, na altura, persona nao grata ao regime e Hoje é Heroi de todos nós!...

Defendo a ideia de que é preciso ouvir as massas para sabermos oque elas querem, para sabermos o que elas sentem. E isso nao fazemos só no periodo de presidencia e ou governacao aberta, alias, governacao aberta tem que ser um exercicio continuo, um exercicio de dia pos dia, atraves de várias formas de expressao popular (a musica, o teatro,...).

Quanto a mim, está certo que é preciso que hajam esses restreio da musica, mas é importante que saiba-se fazer!!!

Claro, muitos entendedores na matéria aparecerao com argumentos filosóficos definindo oque é (saber restrear a qualidade de musica Mocambicana), mas se nao mudarmos a nossa filosofia de accao vamos continuar a enrolar o povo! Vamos continuar a ser como os Norte Americanos que usam o discurso do combate ao terrorismo para fazer e satisfazer seus caprichos!...

Camaradas, enquanto nao nos libertarmos, continuaremos sempre com limitacoes nas nossas accoes!

Mais nao disse.

Se erro aprendo! e Se Penso, Existo!

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Re: Carta aberta a Drª J Langa (por Manuel Araujo)

Por: Manuel Araujo


Caro Galiza e demais compatriotas,

Boas entradas. Achei a sua intervencao no forum interessante, e a experiencia de radialista com que nos brinda ainda muito mais fascinante.

A questao que pretendo colocar e simples. Se foste capaz de avaliar a musica pelo seu conteudo e achaste que nao deverias te-la difundido, entao porque e que precisamos de mais regulacao?

O exemplo que citaste mostra que de facto nao precisamos de regulacao nesta area, pois os nossos radialistas tem competencia suficiente para separar o trigo do joio.

Irmao, o que preocupa a muita gente e o facto de alguns pronunciamentos nao estarem a ser feitos no vazio. Existe um contexto social e politico no pais, que leva a que certas pessoas nao julguem a 'face value' os pronunciamenos de quem quer que seja. Portanto a meu ver, se a Dra Julieta tivesse dito o que disse ou o que se diz que ela disse a quatro cinco anos provavelmente nao houvsse tanta discordancia, mas nos dias de hoje e tendo em conta o contexto social em que vivemos, todo o cuidado e pouco!

Irmao, nao se esqueca nunca que ate Hitler foi eleito democraticamente e quase todas as leis que impos na sociedade alema e depois quis impor ao mundo foram aprovadas 'democraticamente'!

Portanto, entre o conhecido que ate funciona e o desconhecido com ares de censura, e que nao sabemos como funcionara, o bom senso manda dizer que o melhor e ficar com o conhecido que funciona!

E mais, porque nao convidar a minha querida amiga, Dra Julieta Langa a explicar-se, ao inves de andarmos aqui a tentar advinhar ou interpretar o que ela quis dizer? A fonte foi sempre considerada como melhor interpretadora dos pronunciamenos, ou nao?

Certamente que ela tem um email e de certeza que um dos membros deste forum tem o email dela. Entao, a minha proposta e simples: convidemos a Dra Julieta Langa a explicar-nos o que de facto quis dizer. Assim evitamos julga-la por coisas que nao disse e tambem eixamos de ser advinhos ou porta-vozes de quem quer que seja.

E mais nao disse,

Um abraco e sucessos em 2008! Manuel de Araujo

www.manueldearaujo.blogspot.com
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Re: Carta aberta a Drª J Langa

Por: Edmundo Galiza Matos Jr.

Caro Dalton, tive algum receio em escrever, mas aqui estou! Nao necessariamente em defesa da Drª Langa mas no puro interesse de um tema que me apaixona: A BOA musica mocambicana! Do artigo da Agencia de Informacao de Mocambique em que a Presidente do Conselho Superior de Comunicacao Social da o seu ponto de vista sobre a musica mocambicana, ressalta-me a intencao dela de ver determinados temas fora dos canais de radio e eu concordo plenamente.

Neste ponto, e precisamente sobre os temas musicais que pode estar a acontecer algum equivoco. Ao chamar para a sua reacao todo o postulado na lei mae, a CR da Republica de Mocambique, da-me a entender que o Dalton percebera das palavras da Dra Julieta Langa que certos temas que, eventualmente abordem aspectos de confrontacao politica e que podem entrar em choque com o factor radiodifusao publica versus liberdade de expressao/estado de direito e por ai alem. Ora, conto-lhe apenas um episodio da minha vida como radialista.

Apresentava eu um programa radiofonico no estudio de um canal de radio que nao importa divulgar e um musico apressadamente trouxe-me um tema, convidando-me a escutar para posteriormente divulgar. Ouvi a musica ate ao meio, e ate era um tema interessante que abordava desavencas entre jovens casais. Nao escutei a musica ate ao fim. Recuei e pus no ponto para colocar no ar. Coloquei-a e a meio da musica (parte que nao tinha escutado), o verso da letra dizia qualquer coisa como filha da p... vai t .... (cenas puramente obscenas). Fiquei demasiado nervoso, tirei a musica imediatamente do ar, pedi desculpas aos ouvintes, devolvi o Cd ao musico e solicitei-o a nunca mais voltar com temas que tivessem no seu conteudo palavras tao fortes quanto aquelas que milhares de ouvintes acabavam de ouvir. Recebi telefonemas a repudiarem aquela situacao, perdi ouvintes, ofendi criancas e idosos, enfim, causei PANICO!!!!! Caro Dalton, vivo quase que parte significativa do meu dia-a-dia a escutar todo o tipo de radios em Maputo, no pais e mundo e deste tipo de musicas que lhe falei tenho ouvido em alguns canais ca da nossa patria. Suponho que a DrªLanga, entre outros queira referir-se a estes temas. Musicas desta natureza nao so nao devem passar na RM e nos seus canais em todo o pais, como em todas outras radios por, de facto atentarem contra a moral do nosso povo. A bem de uma veiculacao da BOA musica mocambicana, termino por aqui!

Mais nao disse e muito obrigado!

Edmundo Galiza Matos Jr
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sexta-feira, janeiro 11, 2008

Carta aberta a Drª Julieta Langa

Por: Dalton Santos" maputo_86@hotmail.com

Espero muito bem que depois dos seus comentários com relação a musica, vista por si sem valor, dado o cargo por vossa excelência ocupado, já esteja no mínimo com a cara tapada pela vergonha trazida pelas suas palavras que não deviam ter ecoado tão alto quão ecoaram; Drª! Perdeu a oportunidade de estar calada, que é uma virtude de gente nobre.

Drª as suas palavras começam por demonstrar o quão esta perdida no cargo, pois com elas já feriu o próprio preambulo da constituição da republica o qual transcrevo, se vossa excelência ainda não cometera o cumulo de o apagar, onde lê-se.

(…) as camadas patrióticas da sociedade moçambicana num mesmo ideal de liberdade,(…) no pluralismo, lançando os parâmetros estruturais da modernização, contribuindo de forma decisiva para a instauração de um clima democrático (…) baseado no pluralismo de expressão (…) e no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

Drª , acredito eu, o legislador constitucional não estava consciente das suas faculdade e capacidades culturais nem dos direitos que outrora atribuía aos seus legitimadores com este excerto, razão clara do seu silencio face as suas palavras.
Mas, dando seguimento a analise do seu grito de ignorância, intolerável aos ouvidos de quem valoriza a cultura, de quem respeita as liberdades individuais, de quem acredita na existência de variadas formas de expressão, deixe-me fazer um scroll a Constituição da república, por forma a implicitamente convida-la a voltar atrás e clamar por perdão a todo povo, do Rovuma a Maputo, com a mesma força que gritara antes.

Lê-se no artigo 2º/ 4. As normas constitucionais prevalecem sobre todas as restantes normas do ordenamento jurídico. O que não deixa margem nenhuma a que seu apelo tenha aplicação pratica, legal. Se não milagrosamente, recuar aos tempos da pura censura, em que apenas a cultura do bello e lindo em detrimento da verdade era exaltado.

E no seu artigo 3º, A República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado no pluralismo de expressão, na organização política democrática, no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do Homem. No artigo 11º, f) o reforço da democracia, da liberdade, da estabilidade social e da harmonia social e individual; i) a afirmação da identidade moçambicana, das suas tradições e demais valores sócio- culturais;

Portanto, Drª , a constituição claramente valoriza a critica social que é modo de expressão e ao falar de cultura, num simples scroll pela constituição, temos sempre subjacente, a liberdade de expressão, esta, abrange qualquer exteriorização da vida própria das pessoas, segundo as suas crenças, convicções, ideias, ideologias, opiniões, sentimentos, emoções, actos de vontade o que pressupõe autonomia do individuo na determinação do objecto, da forma, do tempo e do modo de qualquer obra artística, literária e cientifica, sem interferência de qualquer poder publico ou privado. E pode revestir quaisquer formas, a palavra oral ou escrita, a imagem, o gesto, o silêncio. No entanto, em sentido amplo ela revela-se indissociável das mais diversas liberdades, não constituindo excepção a liberdade de criação cultural, intelectual e científica, que são uma clara manifestação do desenvolvimento da personalidade e da pessoa humana bem como do social.
"QUANTO MAIS NOS ELEVAMOS, MENORES PARECEMOS AOS OLHOS DAQUELES QUE NÃO SABEM VOAR" NIETZCHE
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quinta-feira, janeiro 10, 2008

Direito do consumidor: resposta e responsabilidade

Em primeiro lugar quero agradecer a Vossa Ex. por ceder este espaço para expor uma das minhas preocupações que é "o direito do consumidor em Moçambique". Este tema é muito problemático por isso, serei cauteloso nas minhas argumentações de formas a não ofender a ninguém.

O objectivo fundamentalmente é contribuir no bem-estar da nossa sociedade que é mencionado estar no bom caminho.........NO COMENTS
E oportuno como qualificado em estudos de desenvolvimento contribuir para o desenvolvimento da nossa sociedade Moçambicana e não só lamentar. Realçar que através de publicações dos nossos escritos estamos aptos em influenciar alguns políticos e dirigentes a tomarem decisões adequadas em prol de desenvolvimento de Moçambique, por isso vejam a minha iniciativa de bons olhos.
Antes, irei definir alguns termos que facultara a percepção do intento da minha precipitação e coragem em escrever o assunto que carece muita atenção pois causa "misinterpretation" e quiçá alcunhas queira da esquerda ou direita. Refiro de alguns argumentarem que estou errado ou certo. As criticas são sempre validas, não ficarei lesado pelos comentários. A questão será analisada com visão de garantir o bem-estar na nossa sociedade. Assim se segue: "Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final e Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem actividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços". "Dinheiro é o elo de ligação entre o fornecedor e o consumidor", e deve de certa medida existir "respeito" entre ambas partes, mas irei debruçar me especificamente sobre o direito do consumidor, e quiçá numa outra oportunidade falarei profundamente sobre os direitos dos fornecedores.

Em qualquer negócio o consumidor é chave do negócio, mas alguns negociantes por serem monopolista abusam e perdem respeito ao consumidor principalmente na quadra festiva.

Existem instituições no nosso Pais que devem garantir que as leis sejam respeitados por todos, e que os transgressores devem ser educados ou punidos, mas sou da opinião que algumas instituições são ineficientes pelas seguintes razões: (1) não seguimento de padrões de higiene nos estabelecimentos comerciais; (2) Falta de controlo de qualidade de produtos exposto a venda no nosso mercado, (3) falta de controlo de preços praticados por alguns oportunista principalmente nas quadras festivas e (4) CORRUPÇÃO

Devido a ineficiência dessas instituições só da opinião que os consumidores devem participar activamente para GOZAREM os seus direitos.

Das varias estratégias para mudar atetude dos comerciantes seria (1)o abandono total de compra nos estabelecimento que não compre com os direitos do consumidores, porque é a nossa saúde que esta em causa. (2) as instituições competentes devem garantir a saúde e a segurança do consumidor, assegurar informações correctas, claras, precisas, ostensivas e em língua da comunidade (se possível) e apresentar informações sobre características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde. O governo deve impor regras lícitas ao "vendedores" de bens e serviços ( Corrupacao causa principal da fuga das regras)

Só para citar um exemplo que ilustra que as instituições responsáveis não exercem suas funções é: não é justificável que os vendedores "espetem" nas parede dizeres tais como: "Não há divulsão". Isso é exemplo claro que os vendedores não respeitam os direitos dos consumidores. Alem disso há casos da venda de produtos fora de prazos em grandes supermercados da praça e vários consumidores já fizeram chegar as instancias competentes sem sucessos. E verdade que nos últimos anos foram criada instituições independente que vela pelo direito do consumidores mas ainda estão incapazes de resolver o problema que concerne os direitos pois essa, me parece que é vista como obstáculos para alguns negociantes por isso ate optam na eliminação de tais instituições. Outro exemplo é a fala de higiene em alguns restaurantes do nosso Pais, muita sujidade nas cozinhas (parece uma oficina de retificacao de cambotas) e cozinheiros pode se confundir com um mecânico das garagens do alto-Maé, as "Toilets" complemente sujas. Onde anda o Ministério da Saúde e MIC? Será que não é importante? Ou por seremos um pais pobre? SER POBRE E ANDAR SUJO?

Durante um debate televisivo um interveniente afirmou licitamente que a sociedade civil não esta contribuindo para fazer fase a situação de varias irregularidades cometidas por alguns vendedores oportunista ou desonesto. A pobreza é de facto cúmplice da vulnerabilidade dos consumidores. "O pobre tem pouca oportunidade de escolha", mas temos que ter consciência de respeitar a nossa saúde, sendo assim podemos optar em comprar produtos nutritivos nacionais em vez de comprar um yogurt fora de pazo que pode causar problemas de saude nas nossas crianças. Porque não comprar ananás do Muchungué, fruta do chokwé, batata de popa alaranjada de Niassa e Quelimane? e FAZER SUMOS e ogurt? Se a nossa populacao nao conhece a receita entao porque nao introduzir na escola primaria e de alfabetizacao licoes sobre boa alimentacao. O nosso posso morre nao porque nao tem alimentos, porque nao sabem preparar e fazer deverso tipos de alimentos. QUEM E CULPADO?

A subida de preços nas quadras festivas também é um problema de "barbas brancas". De certeza o governo tem pouca culpa tomando em consideração a disvantagens da Economia do Mercado. Fraca influencia do governo em tomar medidas ou regularizar preços para todos os vendedores. E verdade que existe uma percentagem mínima e máxima na atribuição de presos aos produtos exposto ao mercado nacional. Será que essas modalidades são de alguma forma implementadas e respeitadas pelos vendedores e revendedores da praça? Portanto de formas a superar problemas de preços, pode-se deixar de comprar tais produtos que possuem preços elevados, "ninguém vai morrer por consumir verdura na quadra festiva"

Deve ser obrigatório providenciar aos consumidores informações relacionados com riscos associados com produtos. Garantir a informação específica relacionado com produtos de consumo. São direitos básicos do consumidor: protecção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
Há urgência de Introdução nas escolas sobre o direito do consumidor; disseminação de programas educativo sobre direito do consumidor para consumidores com baixa rentabilidade; governo deve organizar programas educativos sobre direito do consumidor; sector privado deve participar na disseminação de informação dos consumidores sobre os direitos; direito a boa saúde e meio ambiente.
Isso significa que o governo e negociantes devem: Adoptar procedimentos relacionados com o uso, produção e armazenagem de produtos químicos e incluindo informações sobre a embalagem e selagem dos produtos químicos.
Todos tipos de negócios devem ser registados; vendedores de produtos alimentares devem registar seus locais de actividades e essa devem ser aprovada pelas autoridades locais incluindo tipos de produtos a ser vendidos.
O staff dos estabelecimentos que vedem produtos alimentares deve receber treinos apropriados e ser instruindo sobre higiene alimentar, e conhecimento sobre o stock dos produtos (onde colocar produtos alimentares e produtos químicos), e devem obedecer todos princípios estabelecidos pelo ministério da saúde, Ministério de Industria e Comercio e Regras internacionais. Guardar "records" dos produtos vendidos. Em Moçambique nada se faz sentir sobre esses procedimentos de formas a garantir higiene, e verdade que muita coisa anda no papel mas na prática nada existe a titulo de exemplo é fabrico de bebidas alcoólicas.
Os consumidores Moçambicanos devem ser protegidos contra todos produtos sem qualidade, não refiro somente a produtos alimentar como também electrodomésticos importados para nosso Pais, é pior sem garantia, venho apelar as entidades competentes a tomar medidas, porque também é umas das formas para o combate a pobreza absoluta, porque perdesse tanto dinheiro em coisa sem qualidade.
Sem mais, vamos todos "combater" para o desenvolvimento do pais protegendo os nossos direitos — Direito do consumidor.

Observei e nao calei!!!
Rui Sabia in MoçambiqueOnline
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quarta-feira, janeiro 09, 2008

Algumas músicas merecem banimento

Maputo, Quarta-Feira, 9 de Janeiro de 2008:: Notícias

A PRESIDENTE do Conselho Superior da Comunicação Social (CSCS), órgão com a missão de regular as mensagens transmitidas pela imprensa nacional, Julieta Langa, é de opinião que algumas músicas emitidas na “media”, particularmente na rádio e televisão públicas, deviam simplesmente ser eliminadas por colocarem em questão aspectos morais de certos sectores da sociedade.
“Há músicas que simplesmente não deviam passar. Aqui não há grande diferença como quando tu escreves um artigo (jornalístico) que incita a violência ou ao tribalismo, actos com consequências muito nefastas. Não pode ir ao público” , disse a fonte, falando à AIM sobre os conteúdos das músicas emitidas pelas rádios e televisões do país nos últimos dias.
Langa reconhece, porém, a importância da contribuição dos músicos jovens moçambicanos no enriquecimento da cultura local e no resgate de valores culturais há muito esquecidos. “Com a produção desses jovens, é possível preencher emissões de rádio ou de televisão durante 24 horas, realizar festas ou outro tipo de eventos, com recurso a música exclusivamente nacional de qualidade e de todos os ritmos”.
Mas afirma que nem todos esses números musicais deviam ser tocados nos espaços da programação da rádio e televisão públicas. Igualmente - acrescentou - existem aquelas músicas e vídeos que só merecem ser difundidas em circuito fechado.
“Como por exemplo, aquelas músicas veiculando mensagens com conteúdos que mexem com a sensibilidade sociocultural, pondo em causa os valores e princípios da ideologia educativa da maior parte das comunidades do país. É necessário que os “media” comecem a classificar o seu repertório de entretenimento distinguindo, claramente, o que é meramente pornográfico, erótico, romântico interventivo ou humorístico”, disse ela.
Em entrevista a revista moçambicana mensal “Prestígio”, o músico moçambicano José Guimarães, concorda sobre a necessidade de criação de uma instituição de censura para lidar com as músicas entoadas pelos jovens.
“Temos que fazer coisas com responsabilidade. Nada de andar a vulgarizar coisas sérias”, defendeu Guimarães, um músico com 39 anos de experiência, sugerindo que algumas dessas músicas devem ser tocadas apenas em discotecas.
Para Julieta Langa, o necessário não é exactamente uma instituição de censura, mas a (re)definição de parâmetros estabelecendo o que deve ser tocado e o momento apropriado da programação para o efeito, considerando a visão de todos os sectores da sociedade.
“As rádios e televisões devem guiar-se pelos princípios de pluralismo e da diversidade do público para quem servem, justificou a presidente do CNCS, vincando que maior responsabilidade recai sobre os órgãos públicos, Rádio Moçambique e Televisão de Moçambique, por estes emitirem os seus programas para todos os grupos sociais de quase todo o país.
Segundo ela, a Rádio Moçambique, por exemplo, já teve parâmetros do género no passado, sendo necessário uma simples questão de os recuperar e actualizá-los. Esta aposta seria fácil para a emissora pública nacional porque ainda existem os profissionais que implementaram estes parâmetros no passado.
A fonte avança a hipótese de os profissionais terem abandonado esses parâmetros por recearem ser considerados antidemocráticos e ultrapassados, caindo, porém, no erro crasso de permitir tocar todo o tipo de músicas sem olhar para o impacto que isso pode causar na formatação de comportamentos sociais e culturais da sociedade.
Mas a solução desse problema não depende apenas da ‘boa vontade’ das rádios e televisões. A Lei de Imprensa estabelece que o CSCS tem como algumas das atribuições, agir na defesa do interesse público e velar pelo respeito da ética social comum.
O CSCS é competente para abordar aspectos musicais, como parte das emissões, quando sejam difundidas nos media. Apesar de reconhecer que na generalidade a lei prevê estas competência, Langa afirma não haver regulamentos aprovados pelo Governo para orientar actividade do CSCS e permitir-lhe uma actuação sistemática e proactiva.
Igualmente, ela diz não existir capacidade técnica (em termos de equipamento especializado para captação de emissões) para realizar este trabalho, bem como é preciso haver coordenação com outros sectores de actividade, como é o caso de organismo ligados à área cultural.
“Vamos intervir quando houver meios para a instalação efectiva da capacidade necessária para o cumprimento da nossa missão constitucional. Desde a sua criação, o Conselho ainda não beneficiou da necessária atenção do Governo, como, por exemplo, para a sua profissionalização, definição do perfil dos seus membros”, referiu Langa.
Segundo ela, actualmente, os membros do CSCS encontram-se numa situação de conflitos de interesse, porque muitos deles continuam sendo jornalistas no activo.
“´É preciso uma harmonização regional da legislação que deve governar o Conselho. Há muita coisa que precisa de ser vista com atenção, por exemplo a definição de políticas a serem adoptadas para que o CSCS seja de facto uma instituição socialmente relevante”, desabafou a fonte.
Mas, com esses mesmos problemas, o CSCS já teve intervenções de vulto no passado, tendo tomado várias decisões, dentre as quais a paralisação da emissão de alguns itens publicitários considerados impróprios para o consumo do público. “No mandato anterior, do qual também fui presidente, houve um volume assinalável de intervenções do que a actual produção…”
“De facto durante esse tempo o CSCS foi visível e unido. Os seus membros eram activos e tinham uma vontade enorme de trabalhar. As pessoas dedicavam-se e tiveram muita paciência e esperança na resolução dos problemas que desde lá até dificultam de forma dramática o nosso trabalho”, referiu ela.
MUHAMUD MATSINHE, da AIM
Ver: http://www.jornalnoticias.co.mz
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