sábado, janeiro 12, 2008

Re: Carta aberta a Drª J Langa (Betuel canhanga)


Por: Betuel Canhanga


Sem tirar nem dar razao a ninguem (quem sou eu para julgar), apresento meu ponto de vista.

O grande problema deste belo Pais, desta pátria que dizemos ama-la é que as pessoas nao sao sérias. A Dra langa apresentou um bom pressuposto no meu entender. Eu acho sim, que ha musicas que devem ser passadas em alguns foruns especiais. Ha musicas que nao devem (podem) ser passadas em certos momentos pelos canais de comunicacao, e alias, o mesmo pressuposto é usado em relaccao aos filmes.

Todos havemos de nos levantar a gritar se os canais de televisao passaram por exemplo um filme de Pornografia as 12h.

Nao nos irremos aborecer (e se nos for aborecedor, sera com tom diferente) se mesmo filme for passado as 3horas da manha!!! Ou ainda se o filme for vendido e assistido por alguem em sua casa!!!

Quanto a mim, podemos (Devemos) fazer uma análise identica em relacao a musica. Mas... ha um outro pressuposto:

Em Mocambique, a Poltitica se infliltrou demas no sistema de gestao da vida social (ha quem dizia que nao ha viver social discossiado da politica), ate que nao sou muito entendido de "ciencias sociais"... mas "too much is never good", nós as vezes exageramos.

Quando aparece alguem séptico em relaccao as afirmacoes da Presidente do CSCS eu entendo. Bem ou mal, mas tenho minha percepcao.

É que, se o tal instrumento for criado e se o CSCS tiver ferramentas legais para impedir a radiodifusao de certos temas, voces podem crer que tudo aquilo que for musica que critique Renamo, Pamomo, PDD, Pademo, Pimo, Monamo "será que esqueci alguem... hehehe" (para nao particularizar) nao sera radio difundida. Podem crer que musicos criticos nao terao hipoteses de prosperar... e de certa forma estaremos a cortar a lingua do povo. Se voces se recordam, Craveirinha era um poeta crítico, um poeta com vontade da verdade e que asperava a liberdade, espressava sentires do Povo com base nos seus escritos, na altura, persona nao grata ao regime e Hoje é Heroi de todos nós!...

Defendo a ideia de que é preciso ouvir as massas para sabermos oque elas querem, para sabermos o que elas sentem. E isso nao fazemos só no periodo de presidencia e ou governacao aberta, alias, governacao aberta tem que ser um exercicio continuo, um exercicio de dia pos dia, atraves de várias formas de expressao popular (a musica, o teatro,...).

Quanto a mim, está certo que é preciso que hajam esses restreio da musica, mas é importante que saiba-se fazer!!!

Claro, muitos entendedores na matéria aparecerao com argumentos filosóficos definindo oque é (saber restrear a qualidade de musica Mocambicana), mas se nao mudarmos a nossa filosofia de accao vamos continuar a enrolar o povo! Vamos continuar a ser como os Norte Americanos que usam o discurso do combate ao terrorismo para fazer e satisfazer seus caprichos!...

Camaradas, enquanto nao nos libertarmos, continuaremos sempre com limitacoes nas nossas accoes!

Mais nao disse.

Se erro aprendo! e Se Penso, Existo!

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Re: Carta aberta a Drª J Langa (por Manuel Araujo)

Por: Manuel Araujo


Caro Galiza e demais compatriotas,

Boas entradas. Achei a sua intervencao no forum interessante, e a experiencia de radialista com que nos brinda ainda muito mais fascinante.

A questao que pretendo colocar e simples. Se foste capaz de avaliar a musica pelo seu conteudo e achaste que nao deverias te-la difundido, entao porque e que precisamos de mais regulacao?

O exemplo que citaste mostra que de facto nao precisamos de regulacao nesta area, pois os nossos radialistas tem competencia suficiente para separar o trigo do joio.

Irmao, o que preocupa a muita gente e o facto de alguns pronunciamentos nao estarem a ser feitos no vazio. Existe um contexto social e politico no pais, que leva a que certas pessoas nao julguem a 'face value' os pronunciamenos de quem quer que seja. Portanto a meu ver, se a Dra Julieta tivesse dito o que disse ou o que se diz que ela disse a quatro cinco anos provavelmente nao houvsse tanta discordancia, mas nos dias de hoje e tendo em conta o contexto social em que vivemos, todo o cuidado e pouco!

Irmao, nao se esqueca nunca que ate Hitler foi eleito democraticamente e quase todas as leis que impos na sociedade alema e depois quis impor ao mundo foram aprovadas 'democraticamente'!

Portanto, entre o conhecido que ate funciona e o desconhecido com ares de censura, e que nao sabemos como funcionara, o bom senso manda dizer que o melhor e ficar com o conhecido que funciona!

E mais, porque nao convidar a minha querida amiga, Dra Julieta Langa a explicar-se, ao inves de andarmos aqui a tentar advinhar ou interpretar o que ela quis dizer? A fonte foi sempre considerada como melhor interpretadora dos pronunciamenos, ou nao?

Certamente que ela tem um email e de certeza que um dos membros deste forum tem o email dela. Entao, a minha proposta e simples: convidemos a Dra Julieta Langa a explicar-nos o que de facto quis dizer. Assim evitamos julga-la por coisas que nao disse e tambem eixamos de ser advinhos ou porta-vozes de quem quer que seja.

E mais nao disse,

Um abraco e sucessos em 2008! Manuel de Araujo

www.manueldearaujo.blogspot.com
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Re: Carta aberta a Drª J Langa

Por: Edmundo Galiza Matos Jr.

Caro Dalton, tive algum receio em escrever, mas aqui estou! Nao necessariamente em defesa da Drª Langa mas no puro interesse de um tema que me apaixona: A BOA musica mocambicana! Do artigo da Agencia de Informacao de Mocambique em que a Presidente do Conselho Superior de Comunicacao Social da o seu ponto de vista sobre a musica mocambicana, ressalta-me a intencao dela de ver determinados temas fora dos canais de radio e eu concordo plenamente.

Neste ponto, e precisamente sobre os temas musicais que pode estar a acontecer algum equivoco. Ao chamar para a sua reacao todo o postulado na lei mae, a CR da Republica de Mocambique, da-me a entender que o Dalton percebera das palavras da Dra Julieta Langa que certos temas que, eventualmente abordem aspectos de confrontacao politica e que podem entrar em choque com o factor radiodifusao publica versus liberdade de expressao/estado de direito e por ai alem. Ora, conto-lhe apenas um episodio da minha vida como radialista.

Apresentava eu um programa radiofonico no estudio de um canal de radio que nao importa divulgar e um musico apressadamente trouxe-me um tema, convidando-me a escutar para posteriormente divulgar. Ouvi a musica ate ao meio, e ate era um tema interessante que abordava desavencas entre jovens casais. Nao escutei a musica ate ao fim. Recuei e pus no ponto para colocar no ar. Coloquei-a e a meio da musica (parte que nao tinha escutado), o verso da letra dizia qualquer coisa como filha da p... vai t .... (cenas puramente obscenas). Fiquei demasiado nervoso, tirei a musica imediatamente do ar, pedi desculpas aos ouvintes, devolvi o Cd ao musico e solicitei-o a nunca mais voltar com temas que tivessem no seu conteudo palavras tao fortes quanto aquelas que milhares de ouvintes acabavam de ouvir. Recebi telefonemas a repudiarem aquela situacao, perdi ouvintes, ofendi criancas e idosos, enfim, causei PANICO!!!!! Caro Dalton, vivo quase que parte significativa do meu dia-a-dia a escutar todo o tipo de radios em Maputo, no pais e mundo e deste tipo de musicas que lhe falei tenho ouvido em alguns canais ca da nossa patria. Suponho que a DrªLanga, entre outros queira referir-se a estes temas. Musicas desta natureza nao so nao devem passar na RM e nos seus canais em todo o pais, como em todas outras radios por, de facto atentarem contra a moral do nosso povo. A bem de uma veiculacao da BOA musica mocambicana, termino por aqui!

Mais nao disse e muito obrigado!

Edmundo Galiza Matos Jr
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