sexta-feira, setembro 18, 2009

A teoria da vitimização do Deviz

Serei eu adepto da teoria de conspiração? Não sei, mas, algo me diz que a história da exclusão de algumas listas da MDM é obra da própria MDM.

Sim, é que, não se pode conceber que em alguns círculos eleitorais as listas tenham sido bem organizadas e por conseguinte aprovadas e em outros tão desorganizadas ao ponto de ditarem o resultado que hoje se contexta.

O mais engraçado, é que as listas da MDM não foram excluidas nos círculos onde a MDM é no mínimo conhecida, Maputo Cidade, Sofala, (Niassa e Inhambane), sendo que, nas zonas onde pouco ou nada se sabe sobre este partido e seu candidato teve problemas.

E ai nasce o meu questionamento: problema ou suposto problema?

Ao meu ver, há aqui um suposto problema, inventado pela MDM e com auxílio de alguma contrainteligência que hoje o auxilia, de buscar na vitimização deste movimento, os trunfos e/ou estratégias da sua penetração.

A gênese deste movimento já explica em parte, esta estratégia de vitimização, pois, quando o seu líder foi expulso do partido onde militava, a opinião pública, não quis saber das razões de fundo que ditaram o seu afastamento, senão, tomar as suas dores.

Penso que a estratégia hoje se repete, só que, com um dado novo: para além do povo e alguma imprensa a MDM, tem a comunidade internacional e doadores a engrossarem a lista dos que olham para ele e seu candidato num único ângulo:
como injustiçados.

Se o resultado do CC. ditasse a repescagem do MDM, este, mesmo sem estar a fazer a campanha ia com alguma vantagem em relação a alguns em campanha efectiva, isto, por toda esta campanha gratuíta que está sendo feita.

É que hoje, até para quem como eu que nunca olhou para a MDM com olhos de ver, passa a prestar alguma atenção, isto, pela visibilidade que é dispensado por todos e principalmente pelos embaixadores acreditados no nosso pais, e alguma imprensa que frustrada a sua tentativa de empoderar RENAMO, vê no MDM, hoje, parte da solução dos seus problemas e das suas incofessáveis agendas.

O que hoje está a acontecer, (o estranho protesto dos embaixadores e doadores e se levarmos em conta que outros partidos e candidatos já antes tinham sido excluídos), não é estranho se recuarmos por pouco tempo ao périplo que este movimento, logo após o seu acto constitutvo fez por alguns paises a começar de Portugal, contra todas as expectativas, que esperavam que este, se embrenhasse pelos distritos, explicando o seu propósito político.

São este amigos(?) do MDM, que hoje deitam abaixo o espírito da lei ao qual tanto martelaram nas nossas cabeças para que aprendéssemos em nome da inclusão, isto porque lhes interessa ter um guardião dos seus interesses a concorrer.

Este filme, já passou algures (penso que em Zimbabwe), e o que está a acontecer, é uma tentativa de reeditá-lo com outras nuances.

É assim fácil prever que, se as coisas, se assim se manterem (decisão do CC), o que os doadores e a comunidade internacional dirão, é que o processo já está viciado logo ao nascimento e seguir-se-ão depois das eleições, as já famosas propostas de Governo de Unidade Nacional e queijando.

Moçambicanos, onde anda o nosso sentido de patriotismo? Não somos capazes de olhar para este processo com as nossas próprias lentes? Ainda que dependentes da ajuda destes paises, devemos aceitar que em nome desta ajuda hipotequemos a nossa soberania? Devemos fingir não ver esta interferéncia? Não será esta violação do princípio do direito internacional público de não ingeréncia nos assuntos internos de um Estado?

Para todos os efeitos, fico a torcer para que a decisão do Constitucional, seja no sentido de inclusão, não porque sugeriram os embaixadores, mas, como prova, de que nem com todo este apoio, a RENAMO, digo MDM, terá a visibilidade que se pretende, para provar, que nem com este golpe de marketing, se pode mudar a direcção do voto.
O povo não é cego.

Um abraço ao bom senso P.S. qualquer que seja a decisão do C.C. esta, deve ter como suporte o primado da lei

Jalaludino Ossufo

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