terça-feira, janeiro 29, 2008

Ainda sobre a Ida dos Mambas à Africa do Sul - Reacção de Teófilo Nhangumele

Caros muitos amigos,

Sou integrante deste magnífico grupo "moçambiqueonline" desde os princípios do ano passado. Integrei-o por acreditar no poder das ideias construtivas. Acredito no debate e no diálogo entre os homens honestos, íntegros e imbuídos de boa vontade. Porque assumo que esta deve ser a postura da maioria dos "moçambiqueonliners", eis aquí que cedo ao convite que me foi formulado pelo amigo Pedro Massinga Jr., não para um debate, mas sim para pequenos esclarecimentos à volta dos "Apontamentos" do jornalista.

Chefiei a Selecção Nacional de Futebol na minha qualidade de Vice Presidente da Federação Moçambicana de Futebol. Saí daquí com um mandato de proteger a seleção nacional de futebol e, fí-lo de forma profissional e diligente.

Não há na FMF nenhuma reclamação dos jogadores ou da equipa técnica sobre a minha prestação durante esta viagem.

Na verdade a FMF enviou uma informação às Direcções Editoriais dos órgão de informação oferecendo apenas transportar os jornalistas interessados para Durban e trazê-los de volta. Cartas sobre esta comunicação estão disponíveis na FMF. Cumprí esta tarefa com sucesso e, como prova disso todos jornalistas, jogadores e equipa técnica regressaram em segurança.

O alojamento e as respectivas refeições em Durban foram pagos pelos nossos hospedeiros, a SAFA (South African Football Association), cabendo à FMF pagar todas gorjetas aos serventes, que por sinal são quase obrigatórias na África do Sul.

Chegados a Durban, recebí chaves somente para a selecção nacional, em função de uma lista previamnte enviada à SAFA, a qual nos disponibilizava 9 duplos e 6 simples. Nos duplos entraram os jogadores em número de 18 e nos quartos simples entraram os membros da equipa técnica e o chefe da delegação. Por eu ser um repeitador das hierarquias, tratei logo de entregar todas chaves à equipa técnica para que procedesse à respectiva distribuição pelos jogadores. Eu próprio recebí a minha chave da mão de um membro da equipa técnica, depois de ter assegurado que todos os jogadores tinham recebido as respectivas chaves, e que estavam bem alojados.

Para quem conhece estas andanças, a equipa técnica ocupa quartos estrategicamente posicionados em relação aos dos jogadores para permitir-lhes exercer maior controlo e vigilância sobre os jogadores.

Depois disto, não sei mais nada sobre quartos ou chaves. Qualquer esclarecimento sobre como é que os jornalistas tiveram as chaves, somente a equipa técnica poderá dar melhores informações.

Contudo, a direcção do hotel informou-me, no dia da saída, que haviam dois quatros adicionais que tinham sido solicitados pelos jornalistas, apesar de estes negarem terem solicitado quartos.

4. Apesar de não terem sido prometidos nada neste sentido, anuí a que os jornalistas passassem todas refeições connosco, pois o serviço era buffet. A minha anuência foi mediante uma pergunta feita pelo jornalistas da TVM e do Notícias.

5. Chegado o dia do check-out, o gerente do Hotel veio ao meu quarto para que verificássemos as contas, e sou confrontado com uma situação de dois quartos adicionais. Foi esta a razão da minha demora em me juntar aos colegas no autorcarro, sobre o qual o prodigioso jornalista infere que eu estava “cabisbaixo e envergonhado” enquanto na verdade esta a fazer um esforço tremendo para conter o stress que estava sendo provocado por esta situação.

6. Já na recepção, mostraram-me a caligrafia de um membro da equipa técnica na lista da distribuição dos quartos. Tal como referí acima as chaves foram distribuídas pela equipa técnica. O gerente do hotel insistia que o membro da equipa técnica é que havia solicitado os dois quartos adicionais para alojar os jornalistas. Foi por essa razão que tratei logo de chamar o seleccionador nacional-adjunto para apurar a veracidade da informação que me estava a chegar.

Ele negou redondamente ter solicitado os quartos adicionais para os jornalistas e, logo de imediato, tratou de chamar todos jornalistas, que já estavam dentro do carro, para que viessem à recepção clarificar algumas questões. Espantosamente, o cameramen da TVM desce já com a câmara no ombro para filmar a tal situação, o que na minha opinião era totalmente desnecessário. O seleccionador nacional adjunto informou-lhe de imediato que a câmara era desnecessária.

7. Confrontados com a situação, nenhum deles disse alí que eu havia lhes prometido quartos. Disseram porém que eles tambem ficaram espantados quando receberam as chaves das mãos do seleccionador nacional adjunto.

Na verdade o que aconteceu naquele dia é que a SAFA perguntou-me quantos jornalistas vinham na minha delegação, para poderem lhes arranjar as credenciais para o jogo e para a conferência de imprensa.

Diligentes que eles sempre foram, trataram de solicitar mais dois quatros só que estes dois quartos deveriam ser pagos pelos respectivos ocupantes. Acontece porém que esta informação sobre os quartos adicionais não foi passada nem a mim e nem aos jornalistas.

8. Usei de muita calma para desbolquear este assunto, pois estava em discussão coisas que haviam acontecido à minha revelia. Expliquei ao gerente do hotel que somente as pessoas que solicataram os quartos é deviam pagar, neste caso a SAFA, ao que o gerente do hotel informou que a SAFA deixou uma nota declinado qualquer pagamento adicional.

Alí, só restava uma saída – que os ocupantes dos quartos pagassem o que consumiram. O gerente do hotel gentilmente cancelou um quarto e pediu que os 5 jornalistas partilhassem o custo de um quarto.

9. É engraçado que eles não mostraram nenhuma resistência e trataram de juntar o dinheiro e pagar pelo quarto. Os dois jornalistas da TVM até tiveram a humildade de pedir descupas pelo sucedido.

Todavia, o jornalista do Notícias, o tal Nhanatumbo, disse-me que “gozava de um tratamento especial”. Já solicitei um encontro com os seus chefes para em frente deles explicar donde é que vêm este tratamento especial que ele reclama. Cheira-me a muita promiscuidade e falta de deontologia profissional aquí. Na devida altura informar-vos-ei do desfecho.

Meus amigos, os jornalistas tiveram um dos melhores “deals”. Numa situação em que deveriam ter pago ZAR 3.000 cada cada um, somente pagaram ZAR 240 pelos 3 dias de hospedagem e refeições. As gorjetas pelas suas refeições foram pagas por mim. Pudera eu! Imaginem que só de gorjetas o hotel cobrou-me ZAR 2.000.

10. Quanto às sandes: meus amigos, o quê que se come dentro do autocarro no intervalo entre duas refeições? Por acaso come-se frango na braza, ou feijoada à portuguesa com todos, ou mathapa de caranguejo tsimbelada com castanhas inteiras? Em todas as viagens que já fiz, dentro e fora do país, sempre comí sandes, chips, e coisas do gênero.

11. Quanto à viagem por autocarro: viajamos de autocarro porque a verba disponibilizada pela SAFA não era suficiente para que tivéssemos feito a mesma viagem de avião. Podem fazer contas simples ao vosso critério: comprar PTA’s para os jogadores que actuam fora, comprar as passagens para 25 integrantes, e os pocket-money para igual número, etc

Tecnicamente falando, existe uma relação entre as horas de viagem e o repouso necessário antes dos jogadores entrarem em campo. Não existe nenuma definiçãos sobre o meio de transporte que deve ser usado para uma deslocação desta natureza. Chegamos a Durban na sexta feira e o jogo foi no Domingo.


12. Quanto à insinuação de desvio de aplicação dos fundos durante a viagem: levava comigo menos de ZAR 10.000. Deste valor paguei combustível para o autorcarro, as portagens, as gorjetas no hotel, as refeições de volta, o tratamento do jogador lesionado e outras despesas solicitadas pela equipa técnica. Todos justificativos estão depositados na FMF pelo que, qualquer jornalista interessado em informar ao público com a devida honestidade, poderá contactar a FMF e caso haja alguma dificuldade intercederei para lhe facilitar essa informação.

13. Quanto às questões técnicas relacionadas aos Mambas, recuso-me a comentar por razões estratégicas. Qualquer jornalista interessado em saber os planos da FMF que se dirija para lá solicitando-as que lhes serão diponibilizadas., sempre que se mostrar nececessário e oportuno

Em jeito de conclusão:

Este esclarecimento está sendo dado ao “moçambiqueonline” por Teófilo Nhangumele, e não pelo Vice Presidente da FMF. Sou membro registado do “moçambiqueonline” daí a minha aceitação ao convite de dar os esclarecimentos. A FMF tem uma postura institucional e na devida altura irá tomar as providências necessárias para responder ao ataque que lhe foi desferrido.

Por mais impopular que pareça, acho que os jornalsitas não deveriam usar os meios de transporte usados pela selecção nacional. A FMF vive de donativos que consegue com bastante esforço, e para mim, é eticamente inaceitável que os mesmos sejam usados para “patrocinar” instituições lucrativas e seus profissionais.

O jornalismo que é praticado por alguns jornalistas não ajuda ao desenvolvimento do desporto, no geral, e do futebol, em particular, em Moçambique. Alguma jornalismo é bastante degenarativo e só ajuda a destruir as instituições e seus dirigentes ao invés de os promoverem para melhor poderem levar a cabo o seu trabalho. Ainda bem que no nosso país há muitos leitores munidos de bom senso e análise crítica das coisas.

Custa-me entender qual é a motivação deste jornalista em urdir coisas e imputá-las a mim. Em nenhum momento irá provar eu ter-lhe prometido quarto. Em nenum momento irá provar ter recebido as chaves de mim, pois testemunhas indignadas estão prontas a depor, em sede própria.

Aleas, o tal Nhantumbo foi a única pessoa que me ligou um dia antes da viagem a dizer-me que falara com o Presidente da FMF para que eu lhe facilitasse um quarto. A minha resposta foi a de que eu não era a pessoa que estava a tratar das questões logisticas da viagem, e remetí-o ao Secretário Geral. Foi a única vez que falei com esse jornalista.

A termianr

Lamento bastante saber que escrevendo ao jornal foi a única forma que o Nhantumbo encontrou de mostrar a sua suposta insatisfação pois que eu saiba, havia algo que o ligava à FMF, razão pela qual ele “reclamava um tratamento especial” que eu não lhe dei.

Deixei de fora algumas questões que não abonam a favor deste jornalista, pois a minha intenção não é destruir pessoas mas sim construir. O FUTURO DIRÁ!


Teófilo Nhangumele

Share/Save/Bookmark

Sem comentários: