!Por SALVADOR NHANTUMBO, Jornalista do Noticias
ESTA é a única forma que encontrei para manifestar a minhainsatisfação face ao tratamento a que fomos submetidos, eu e algunscolegas, na deslocação dos “Mambas” a Durban, pelo senhor TeófiloNhangomela, chefe da delegação.
Maputo, Quinta-Feira, 17 de Janeiro de 2008: Notícias
A Federação Moçambicana de Futebol havia feito a promessa de integraralguns jornalistas na sua caravana, o que efectivamente aconteceu. Donosso lado, seguiram dois: o autor destas linhas e orepórter-fotográfico. Da TVM, o repórter Victor Manuel e o“câmara-man” Eugénio Benhe. O primeiro ficou inicialmente pelocaminho, devido a irregularidades no seu passaporte, porém, veiojuntar-se ao grupo no dia seguinte, depois de resolver o problema.
Chegados ao hotel, em Durban, recebemos de Teófilo a informação de queestavam assegurados dois quartos para nós, ou seja, mais um lugar doque havia sido prometido quando partimos de Maputo. Acto contínuo,entregou-nos as respectivas chaves. Eu e o Felisberto Laícepartilhámos a mesma cama, idem com os jornalistas da TVM. Ficámostranquilos, apesar do desconforto, por termos conseguido a hospedagem.A nossa preocupação, a partir de então, residia no local para asrefeições. Mais uma vez, Teófilo garantiu-nos que estava tudoresolvido. Aliás, sublinhou que “estamos a envidar esforços para quetenham quartos mais confortáveis”.
Com este cenário, tudo foi para nós às maravilhas até ao dia do jogo,no domingo.
A partida de regresso estava marcada para as 7.00 horas desegunda-feira. Saímos dos quartos meia hora antes e juntámo-nos nasala para o pequeno almoço, donde partimos para o autocarro, com asnossas bagagens.
Algo espantoso deixou preocupado “todo o mundo”: o chefe da delegaçãonão abandonou o quarto até quase 8.00 horas. Alguém saiu do autocarropara saber o que se passava com ele. A dado momento, Téofilo apareceue quando todos aguardávamos, finalmente, pelo arranque, ele retornouao hotel. Cabisbaixos, não sabíamos o que estava a acontecer. A seguir, foi a vez de Miguel Chau. Ficámos a olhar pelas janelas doautocarro e vimos que os dois estavam na recepção.
Passado algum tempo, Miguel regressou ao autocarro e à entrada, disseao “câmera-man” da TVM que estava a ser chamado. Partiu com ele para obalcão. De novo, voltou para o carro e disse: “todos os jornalistaspara o hotel”! Descemos, mesmo sem saber o que estava a acontecer.Chegados lá, Teófilo e Miguel ordenaram que devíamos pagar os quartos.Perguntámos as razões e a resposta foi de que a Federação Sul-Africana(SAFA) havia pago apenas 25 lugares, para os jogadores e a equipa técnica.
Bem, o que nos deixou interrogados nisso tudo é a razão desta informação, pois ninguém havia pedido hospedagem ao chefe dadelegação. Ele, por vontade própria, passou-nos as chaves, depois dedistribuir aos jogadores e ao resto do pessoal que integrava adelegação, sem que nos avisasse sobre o pagamento dos quartos. Aliás,foi ele que veio ao nosso encontro e disse que tudo estava resolvido epodíamos, igualmente, passar as refeições com o grupo. Prova disso éque nem sequer fomos chamado a preencher qualquer documento que noscomprometesse a pagar algo.
Houve uma certa discussão que forçou Teófilo a dizer que “vocês têm sorte porque eles retiram um quarto e vão pagar um”. Para nãoperdermos mais tempo, juntámos 60 dólares cada, totalizando 240, eentregámos ao balcão. Não preenchemos nenhum documento e tudo ficoupor aí. Dentro de nós, levantaram-se muitas dúvidas e suspeitas. Nãochegámos a saber o que estava a acontecer, mas algo cheirou a manobrasdo diabo, que só Teófilo e seus próximos sabem.
Porém, fica este lamento, pois nada lhe pedimos. A meia volta que deunas nossas caras, assumindo uma posição controversa daquilo que haviainicialmente nos assegurado, sem o pedirmos, só prova algo esquisitodaquilo que já nos habituamos a ver de alguns dos nossos dirigentesque defendem interesses pessoais em detrimento do colectivo.
Uma das questões que se colocam nesta viagem é: por que razão os“Mambas” viajaram via terrestre, pois a SAFA confirmou que tinhaassegurado o transporte aéreo, hospedagem e alimentação? Não sabemosse houve “cachet” para a selecção, pois tudo girou em segredo. Aliás,jogadores como Mane-Mane e Tico-Tico disseram, quando interpeladospela nossa Reportagem antes da partida para Durban, que não sabiam porque razão a selecção viajaria de autocarro e o que os “Mambas” iriamganhar com este convite, porque nada estava claro.
Como não somos surdos, ficámos a saber, já no terreno, que a SAFAhavia organizado uma conferência de Imprensa no Aeroporto de Durban,onde a selecção era esperada. A SAFA ficou sabendo, nas vésperas doencontro com os jornalistas, que os “Mambas” iam via terrestre e porrazões que não foram explicadas. A conferência acabou, por causadisso, sendo abortada. Aliás, os “Mambas” haviam, igualmente,manifestado a sua contestação em relação à viagem via terrestre (maisde sete horas), alegando o desgaste que isso iria criar à equipa, quetinha que treinar no sábado e jogar no domingo, depois de cumprir umasemana cheia de preparação sem pausa.
Comentários:
Ericinio de salema Escreveu:
Acho lamentavel o que aconteceu com os quatro colegas (dois da TVM e outros dois da TVM). Nada justifica que um ser humano seja humilhado por seja la o que for. Por outro lado, acho que o que sucedeu acabou sendo um mal necessario, isso porque, se as contas lhes tivessem sido bancadas por fosse quem fosse, o Salvador Nhantumbo dificilmente nos explicaria que i) era suposto os jogadores terem viajado de aviao, ii) que nada ficou claro sobre o cachet e por ai alem. Quando um jornalista paga as suas contas, ha mais probabilidades de o publico ter acesso aquilo que efectivamente aconteceu. Quando as fontes suportam, ficamos, nos os jornalistas, cumplices de muita coisa. Abracos
Ericino de Salema
Journalist & Media Researcher
Vou ali morrer um pouquinho
-
*“A morte é única arte *
*para qual todos temos talento”*
Me espera, vou ali morrer um pouquinho!
Estou cansado.
A minha mente já não me obedece. ...
Há 9 meses
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